Vítimas de violência doméstica sem dinheiro - TVI

Vítimas de violência doméstica sem dinheiro

Violência doméstica

Há menos vítimas a recorrer aos serviços do centro de acolhimento da Associação Mulheres Contra a Violência

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Há menos vítimas de violência doméstica a recorrer aos serviços do centro de acolhimento da Associação Mulheres Contra a Violência por falta de dinheiro para conseguir pagar as viagens, alerta a AMCV, escreve a Lusa.

No ano passado, mais de cinco mil mulheres usaram os serviços da Associação Mulheres Contra a Violência (AMCV), sendo que 219 vítimas adultas e 241 crianças o fizeram pela primeira vez, revela o relatório de actividades relativo a 2010, esta quarta-feira divulgado.

A AMCV diz ter havido um «decréscimo» de pessoas a recorrer ao centro de atendimento, situação que associa ao «facto de as mulheres se encontrarem cada vez mais em situações de maior pobreza e terem mais dificuldade em chegar aos serviços por falta de dinheiro para deslocações para elas e para os filhos».

A situação foi detectada depois de as próprias vítimas o terem «referido frequentemente», revela o relatório.

Tal como vinha a verificar-se nos últimos anos, em 2010 registou-se uma diminuição de novos casos: «Houve menos 11 por cento de mulheres que recorreram pela primeira vez aos serviços do centro de atendimento». Já o número total de mulheres apoiadas aumentou 9,5 por cento.

Os técnicos aperceberam-se ainda que os casos que chegam ao centro são cada vez mais «complexos» e «diversificados», havendo um aumento da «gravidade das situações de violência».

A maioria das vítimas (51 por cento) que usou pela primeira vez o centro de acolhimento tinha entre os 18 e os 40 anos, revela o relatório, que indica que as mulheres com mais de 60 anos representaram apenas dois por cento do total.

As portuguesas continuam a ser as que mais recorrem a estes serviços: «74 por cento das mulheres têm nacionalidade portuguesa, seguindo-se seis por cento de brasileiras, três por cento guineenses e dois por cento angolanas».

Muitas das vítimas chegam ao centro acompanhadas pelos filhos: no ano passado, a maior parte das crianças tinha menos de cinco anos (38 por cento). Um em cada quatro menores tinha entre seis e dez anos e outros 24 por cento tinham entre os 11 e os 17 anos.

Foram por isso realizados 593 atendimentos na área do apoio psicológico a crianças e jovens. Entre as 23 crianças ajudadas, 10 estavam em casas de abrigo e outras 13 receberam apoio nos centros de atendimento. O estudo revele ainda que 15 tinham sido vítimas de violência doméstica e cinco de abuso sexual.

O apoio psicológico para mulheres é outro dos serviços criado para que as mulheres consigam trabalhar as questões traumáticas consequentes da violência sofrida. No ano passado, a equipa de apoio psicológico acompanhou 13 mulheres pessoalmente e realizou 60 atendimentos telefónicos. No total, realizaram-se 299 atendimentos.
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