Roubaram milhares aos bancos com ATM sabotados - TVI

Roubaram milhares aos bancos com ATM sabotados

Número de pagamentos com cartão multibanco aumentou 7,8%

Em apenas três noites, sabotaram 35 caixas multibanco e levaram milhares de euros sem serem debitados da conta

Um grupo de três romenos utilizou um método inédito em Portugal para para roubar milhares de euros aos bancos, sem que o dinheiro fosse debitado das contas bancárias. Em apenas três noites, os homens manipularam 35 caixas multibanco em localidades como Lisboa, Loures, Cascais, Almada, Moita e Barreiro.

De acordo com o «Jornal de Notícias» (JN), só numa das noites cometeram 12 crimes, sendo que em cada investida sacavam 200 euros, o máximo permitido. Os três homens, com idades entre 30 e 40 anos, acabam de ser acusados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa. Vão responder por 35 furtos qualificados e mais duas tentativas.

O método era inovador e desconhecido das autoridades e da SIBS, a entidade que gere a rede multibanco. Tem algumas semelhanças com o cashtrapping (técnica que consiste na aplicação de um dispositivo nos terminais de saída das notas. Os clientes pensam que o terminal está avariado e por isso não devolve dinheiro. Só que o criminoso está vigilante e vai por trás recolher o dinheiro que ficou preso no dispositivo), mas apresenta algumas variações. A principal diferença é que os ladrões não lesam os utilizadores das ATM, mas sim as instituições bancárias.

De acordo com a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), citada pelo JN, o grupo utilizava cartões Visa Electron e Mastercard supostamente emitidos por bancos na Bulgária. Começavam por efetuar levantamentos de 10 euros e, com essa operação em curso, colocavam na ranhura das notas «uma gazua e uma peça metálica» para manipular o funcionamento da máquina. «Dessa forma, a ATM considerava o dispositivo dispensador de notas fechado, quando na realidade estava aberto. Então, os arguidos faziam um novo levantamento de 200 euros, cujas notas eram capturadas pelo retentor ali introduzido», explicou a PGDL.

Os indivíduos apropriavam-se do dinheiro sem que ficasse registado qualquer débito no saldo bancário.

Aquando da detenção, as autoridades aprenderam vários objetos relacionados com o crime. Entre eles, estava uma lista com as localizações das caixas multibanco a atacar.
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