Lourinhã: descoberta de nova espécie de dinossauro - TVI

Lourinhã: descoberta de nova espécie de dinossauro

O Paleontólogo Octávio Mateus e sua nova descoberta

Chama-se Miragaia longicollum e é uma nova espécie de estegossauro

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O Museu da Lourinhã, conhecido pelos achados de fósseis de dinossauros, anunciou este sábado a descoberta de uma nova espécie de estegossauro, animal do período do jurássico, com 150 milhões de anos, escreve a Lusa.

A nova espécie, designada de Miragaia longicollum, pertence a um dinossauro encontrado na localidade de Miragaia, em 2001.

Pescoço comprido

«O animal caracteriza-se pelo pescoço comprido, de metro e meio, e pelas suas 17 vértebras. Sabíamos que era um estegossauro, mas quando começámos a contar vimos que eram vértebras a mais do que aquilo que era conhecido», disse este sábado à agência Lusa o especialista Octávio Mateus.

«Ainda que o pescoço de cerca de metro e meio do Miragaia longicollum possa parecer pequeno quando comparado com o dos gigantes saurópodes, as 17 vértebras cervicais representam mais cinco do que as do estegossauro e mais dez do que as da girafa», acrescenta o especialista em comunicado.

Os dinossauros estegossauros são normalmente identificados pelas suas placas no dorso, espinho na cauda, membros pequenos e pescoço curto.

Dois processos evolutivos

«Contudo, o novo estegossauro surpreendeu-nos pelo pescoço comprido», sublinhou acrescentando que «o alongamento do pescoço ocorreu por dois processos evolutivos: pela adição de mais vértebras do pescoço e pela cervicalização, isto é, a transformação de vértebras do dorso em pescoço».

Os paleontólogos adiantaram ainda duas hipóteses para o tamanho do pescoço: «a competição com outros dinossauros, que os leva a explorar áreas de alimentação menos usadas por outros herbívoros, ou a selecção sexual, em que os indivíduos de pescoço maior seriam mais facilmente seleccionados pelos parceiros».

Octávio Mateus, que estudou o animal com outros paleontólogos do Museu da Lourinhã, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Cambridge considerou ainda que a importância da descoberta para a ciência é que «vem provar a diversidade e unicidade dos dinossauros em Portugal».

Evolução rápida

«Demonstra ainda a sua capacidade de evoluírem de forma rápida e se adaptarem às condições ambientais», sustentou.

O estudo baseou-se na parte da frente de um esqueleto incluindo o crânio. O crânio é o único conhecido de um estegossauro na Europa.

Este achado junta-se à colecção do museu da Lourinhã que tem como principal atracção um ninho com uma centena de ovos de dinossauros, alguns dos quais contendo embriões. A nova espécie foi publicada na revista inglesa Proceedings of the Royal Society.
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