Crianças em contacto com Bach no CCB - TVI

Crianças em contacto com Bach no CCB

Composição desconhecida de Bach - Foto EPA/PETER ENDIG

Dezenas crianças levadas a conhecer a música de Bach no ambiente tranquilo e intimista das oficinas dos Dias da Música

Com abordagens práticas e lúdicas, lado a lado com músicos e instrumentos, dezenas crianças foram este domingo levadas pelos pais a conhecer a música de Bach no ambiente tranquilo e intimista das oficinas dos Dias da Música, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, avança a Lusa.

Sentadas no chão, ao lado dos pais e muito próximas dos músicos e dos instrumentos, várias crianças, com idades compreendidas entre os poucos meses e os cinco e seis anos de idade assistiram hoje de manhã a um espectáculo de música inspirado no trabalho do compositor alemão Bach e orientado para captar a atenção do público infantil, na oficina «Cantar Juntos», integrada na Fábrica das Artes, dos Dias da Música.

Madalena Wallenstein, directora do projecto Fábrica das Artes, criado pelo CCB com um propósito educativo, e destinado a um público infantil, juvenil e sénior, explicou à Lusa que as oficinas criadas no âmbito deste projecto e integradas nos Dias da Música, a decorrer até ao final deste domingo, têm como grande objectivo dar a conhecer melhor Bach.

Perceber quem foi Bach

«Perceber que foi um músico que viveu no século XVIII e que ser músico naquela altura era muito diferente daquilo que é ser músico hoje. A música chegava às pessoas de uma maneira muito diferente», disse a responsável.

Madalena Wallenstein sublinhou que as oficinas foram pensadas com o intuito de oferecerem «uma abordagem muito prática e lúdica» da música de Bach e exemplificou.

«Nas "Histórias com Bach", que é uma oficina onde há uma cravista e uma cantora, contam-se histórias sobre a vida do Bach alternadas com momentos musicais. Numa das histórias é explicado que o Bach compôs para um colega que vivia num castelo de um grande senhor que tinha insónias, e que ele compôs um tema para que o colega pudesse tocar para adormecer o seu senhor. Como o senhor tinha mesmo muita dificuldade aquele tema não chegou. Então ele foi compondo variações», disse.

Madalena Wallenstein faz um balanço positivo das iniciativas da Fábrica das Artes integradas na edição deste ano dos Dias da Música.

Oficinas esgotadas

«As oficinas estão esgotadas, as pessoas, pelo que tenho conversado com elas e pelo que vejo nas suas caras, saem muito contentes destas experiências», afirmou.

Stella levou o seu filho Sebastião, ainda bebé, pela primeira vez aos Dias da Música, incentivada por uma amiga, e saiu satisfeita da oficina em que participou, convencida de ter proporcionado alguns benefícios ao filho.

«Eu acho que os benefícios são a apreensão e o facto de o acalmar. Acho que é mais nessa vertente. E acho que ele já extrovertido o suficiente para cantar e para dançar. A reacção dele costuma ser boa», disse à Lusa.

Cerca de 400 músicos, dos quatro aos 80 anos, passaram pelos 79 concertos da terceira edição de Os Dias da Música em Belém, sob o tema «A Herança de Bach», em sete salas do CCB dedicados à vasta herança musical deixada há 250 anos pelo compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750).

Desde a passada sexta-feira e até ao final deste domingo, a herança de Bach estará no CCB através de orquestras estrangeiras como o King's Consort e a Orquestra Sinfónica da Ucrânia, e de intérpretes como Hüseyin Sermet, Matthew Halls, Pieter Wispelwey, Kirill Troussov, Kenneth Weiss, Eldar Nebolsin, Sa Chen, Patrizia Kopatchinskaja e Simone Dinnerstein.
Continue a ler esta notícia