Não estranhe se for salvo por um nadador-salvador brasileiro - TVI

Não estranhe se for salvo por um nadador-salvador brasileiro

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  • 31 mai 2017, 11:00
Nadador Salvador

Graças à parceria com o Brasil, muitos nadadores-salvadores daquele país procuram as praias portuguesas porque as épocas balneares não coincidem

A época balnear está a começar “sem problemas” na colocação dos meios de salvamento, registando-se uma procura das praias portuguesas por nadadores-salvadores brasileiros, segundo o diretor do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).

Não recebi uma única informação de falta de nadadores-salvadores", afirmou à agência Lusa Paulo Sousa Costa.

Segundo o responsável, são necessários cerca de 1.900 nadadores-salvadores para assegurar a vigilância quer em praias marítimas, quer em praias fluviais, e existem nadadores-salvadores "em número suficiente".

Aos 5.241 com certificação em dia, acrescem os 608 nadadores formados nos 48 cursos realizados este ano e outros 650 deverão ser ainda certificados nas 37 formações que estão a decorrer.

Para colmatar "eventuais faltas", o ISN deverá estabelecer, ainda este ano, uma parceria com a entidade congénere brasileira, face ao "número crescente" de nadadores-salvadores brasileiros que procuram as praias portuguesas.

Temos brasileiros que querem vir trabalhar porque o inverno deles é o nosso verão e, como de inverno não têm trabalho, querem vir para Portugal", referiu.

Na praia do Alvor, Portimão (distrito de Faro), os nadadores brasileiros ultrapassam uma dezena nesta época balnear.

Pela primeira vez, as praias dos Pescadores (Albufeira), Morena (Almada) e outra em Matosinhos vão ser dotadas de torres elevadas de vigilância para permitir aos nadadores-salvadores, "a partir de um ponto mais elevado, terem uma melhor visibilidade da praia".

O projeto-piloto pode vir a ser estendido a mais praias do país na próxima época balnear.

Os meios de salvamento são complementados por boias salva-vidas em 265 praias, 31 cadeiras de vigilância, 16 motos todo-o-terreno, seis motos de água, meios das estações salva-vidas e 28 carrinhas para percorrer as praias não vigiadas.

Sensivelmente são os mesmos meios [da época balnear anterior], que têm demonstrado serem suficientes face aos resultados que temos", disse o diretor do ISN, sublinhando que as praias portuguesas são visitadas por 75 milhões de pessoas.

“Se formos ver a mortalidade, em 2016 morreram três pessoas por afogamento", apontou.

Pela primeira vez, a praia de Benagil, praia não vigiada do concelho algarvio de Lagoa, vai ser dotada de uma mota de água apoiada por um nadador-salvador, ao abrigo de uma parceria entre ISN, a Capitania de Portimão e a câmara municipal.

Há muita gente que vai nadar para a gruta de Benagil, mas depois não consegue regressar e muitas vezes temos de destacar os tripulantes das estações salva-vidas", justificou.

Tendo em conta que este ano morreram 21 pessoas nas praias antes da época balnear, mais do que reforçar os meios, Paulo Sousa Costa defendeu que é necessário que os banhistas adotem uma "cultura de segurança", motivo pelo qual as campanhas de sensibilização têm vindo a ser reforçadas.

Época balnear começa em junho

A maioria das praias portuguesas inicia a época balnear durante o mês de junho, de acordo com a portaria publicada pelo Governo em Diário da República.

A portaria refere que a época balnear decorre entre 1 de maio e 15 de outubro para efeitos da "exploração e funcionamento de concessões de apoio balnear e seus serviços acessórios". Abrange todas as praias de banhos, sejam marítimas ou fluviais, que são vigiadas por nadadores-salvadores.

Compete às câmaras municipais definir a época balnear em cada praia do seu concelho, motivo pelo qual o calendário é cada vez mais variável de praia para praia, até dentro do mesmo município.

Das 650 áreas balneares, 175 começam a temporada na quinta-feira. São sobretudo praias do litoral a sul de Lisboa, como são os casos dos concelhos de Almada (que inclui a Costa da Caparica) e quase todos os municípios da costa algarvia, ou a maioria das praias na Região Autónoma da Madeira.

A maior parte das praias - 246 de norte a sul de Portugal continental e nas regiões autónomas – abre a 15 de junho.

A época balnear começou durante o mês de maio para 43 praias, sobretudo em Cascais, Oeiras (ambos no distrito de Lisboa) e Albufeira (distrito de Faro).

O Norte é a única região do país a ter o mesmo calendário de época balnear para as praias marítimas (15 de junho a 15 de setembro), enquanto as zonas fluviais abrem de 15 de junho a 15 de julho e terminam a época entre 31 de agosto e 15 de setembro.

No Centro a época varia, em quase todas as praias, entre 15 de junho e 1 de julho para o início e, em muitas áreas, entre 10 e 17 de setembro no encerramento. No entanto, várias praias do interior têm um calendário distinto.

O início da época balnear da região do Tejo e Oeste vai de 1 de maio a 1 de julho e o fim ocorre entre 3 e 30 de setembro, ao passo que o período de abertura da época balnear está compreendido entre 1 e 17 de junho e o encerramento ocorre a 15 ou 17 de setembro no Alentejo.

No Algarve o calendário decorre quase sempre de 15 de maio e 30 de setembro, com exceção de Albufeira (que termina a temporada a 15 de outubro) e o Pego Fundo, em Alcoutim (de 13 de maio a 24 de setembro).

Nos Açores os limites variam entre 1 de junho e01 de julho para a abertura e entre 1 de agosto e 14 de outubro para o fecho.

Considerando apenas as zonas balneares do interior, a época balnear nas praias fluviais arranca sobretudo entre 15 de junho e 1 de julho e termina em datas variáveis durante o mês de setembro.

Em quase metade das praias fluviais do país, a época balnear é mais curta, decorrendo de 1 de julho a 31 de agosto.

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