Iate naufragado na Figueira da Foz é um perigo para a navegação - TVI

Iate naufragado na Figueira da Foz é um perigo para a navegação

Naufrágio na Figueira da Foz

“Alanca”, um iate com 16 metros, registado em Vigo, está naufragado a cerca de duas milhas náuticas (3,7 quilómetros) em frente à praia da Leirosa, a sul da Figueira da Foz, "com a proa de fora"

O iate espanhol que naufragou esta segunda-feira ao largo da Figueira da Foz, a cerca de 3,7 quilómetros da costa, constitui um perigo para a navegação, disse o comandante do porto local.

Em declarações à Lusa, Silva Rocha indicou que o “Alanca”, um iate com 16 metros, registado em Vigo, está naufragado a cerca de duas milhas náuticas (3,7 quilómetros) em frente à praia da Leirosa, a sul da Figueira da Foz, "com a proa de fora", estando a decorrer operações no local para o fixar com recurso a âncoras, "para que não ande à deriva".

Está naufragado numa zona que tem 14 ou 15 metros de profundidade, mas é um obstáculo à superfície e já foi emitido um aviso à navegação", frisou.

De acordo com um comunicado da Autoridade Marítima Nacional (AMN), o alerta para a existência de uma embarcação "semiafundada" foi dado às 09:44 de hoje por um navio de pesca, o "Duas Estrelas", que retornava ao porto da Figueira da Foz.

Outra embarcação de pesca, o "Pai Eterno", ficou no local a marcar a posição do naufrágio, enquanto as autoridades enviavam três meios marítimos e um meio aéreo para a zona do naufrágio.

Às 10:38 foi recebida informação da autoridade portuária da Figueira da Foz de que estaria a entrar na barra um bote com duas pessoas a bordo. Os náufragos, de nacionalidade espanhola, com 43 e 37 anos de idade, atracaram o bote em segurança e confirmaram ser os únicos tripulantes da embarcação de recreio Alanca", explica a AMN.

A embarcação "terá sofrido uma explosão na casa das máquinas, o que fez com que afundasse de imediato". As causas da explosão "estão ainda por identificar" e estão a ser averiguadas as condições de remoção do iate.

"Terá de ser avaliada o estado da estrutura, se o buraco no casco é grande ou não e perceber se é possível pô-la a flutuar", frisou Silva Rocha, adiantando que o tripulante mais novo, de 37 anos, é o proprietário do iate e que este partiu de Vigo, parou em Viana do Castelo e na Póvoa de Varzim e tinha como destino o porto de Alicante, no sul de Espanha.

Na altura do acidente as condições de navegação "eram ótimas" e não há previsão de agravamento para os próximos dias, indicou.

As autoridades estão ainda a investigar informações, alegadamente dos próprios tripulantes, que apontam que o iate, antes do naufrágio, pernoitou na marina da Figueira da Foz, mas não há registos de que isso tenha sucedido, disseram fontes portuárias.

Em declarações aos jornalistas, Silva Rocha admitiu que "é prática" de algumas embarcações de recreio entrarem nos portos com os serviços das marinas fechados, nomeadamente à noite, e saírem de manhã antes de eles abrirem "para não terem de pagar". Contudo, o responsável desconhece se foi este o caso.

O comandante reforçou que as informações que a Autoridade Marítima possui são baseadas no relato dos dois náufragos, que foram ouvidos no comando local da Polícia Marítima durante a manhã.

Vamos ouvir os pilotos da barra e, se for caso disso, voltar a ouvi-los [aos náufragos]. Mas para já não temos nenhum indício de ter sido cometido qualquer crime", frisou Silva Rocha.

Também uma fonte portuária admitiu que, apesar de as embarcações terem de se registar quando aportam à marina, há proprietários de embarcações de recreio que entram e saem das marinas com os serviços de admissão encerrados (na Figueira da Foz ainda vigora o horário de inverno, entre as 09:00 e as 18:00, que a partir de 01 de junho é prolongado até às 24:00) "para não terem de pagar” um valor que, no caso de um iate de 16 metros, ascende a cerca de 20 euros.

A mesma fonte sustentou, no entanto, a "dificuldade" de aferir se a embarcação aportou ou não à marina da Figueira da Foz, já que, aparentemente, o “Alanca” teria um dispositivo de localização desligado (utilizado, por exemplo, em páginas Internet que seguem o percurso dos navios) e aquela infraestrutura não possui meios próprios de vigilância para o fazer.

"Podemos pedir os dados do sistema VTS [de controlo do tráfego marítimo, gerido pela Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos] mas para as embarcações mais pequenas é difícil de analisar e suscetível de provocar confusão com outra qualquer embarcação", afiançou.

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