Navio que estava encalhado no Tejo já flutua - TVI

Navio que estava encalhado no Tejo já flutua

  • AR - notícia atualizada às 08:25
  • 16 mar 2018, 07:26

Autoridade Marítima informa que o "Betanzos" vai ter de ser inspecionado e se não tiver danos pode retomar a viagem que foi foi interrompido a 6 de março quando uma falha de energia o deixou à deriva

O navio que estava encalhado há dez dias no Bugio, na foz do rio Tejo, à saída da barra de Lisboa, começou a flutuar às 02:30 desta, disse à agência Lusa o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional (AMN).

“O rebocador começou, pelas 00:00, a aumentar de forma progressiva a tração, tendo arrastado o navio para uma zona mais profunda, ficando a flutuar pelas 02:30”, explicou Fernando Pereira da Fonseca.

O porta-voz da AMN. explicou que “o navio apanhou uma cota mais profunda, na ordem dos seis metros, e o rebocador fez o puxão final nessa altura”.

Segundo Fernando Pereira da Fonseca, “um segundo rebocador mais pequeno irá passar hoje um segundo cabo para que o navio possa ser rebocado para atracar no cais do Beato”.

“A empresa que está a fazer o desencalhe achou que o rebocador de grande envergadura já não fazia sentido, porque o trem de reboque que estava passado tinha quase dois quilómetros de comprimento, e foi decidido passar o reboque para dois rebocadores mais pequenos, que estão a levar o Betanzos para o cais do Beato”, explicou.

O responsável adiantou que se prevê, ao início da manhã, que o navio já esteja atracado no Beato.

O navio vai ter de ser inspecionado, para se saber como está a sua zona imersa. Se tiver danos, tem de ser reparado antes de prosseguir viagem. Caso contrário, pode retomar a viagem”, acrescentou o porta-voz da AMN.

Fernando Pereira da Fonseca referiu que o navio deverá chegar ao cais do Beato entre as 10:00 e as 11:00 e adiantou que, quando atracar, ”será alvo de uma inspeção, sobretudo à área submersa, com particular cuidado para a hélice e a porta do leme, o governo do navio, que lhe dá a sua propulsão”.

“À partida, na zona da quilha, o fundo do navio, provavelmente não tem qualquer dano, mas o facto de a hélice ter estado em contacto com a areia pode fazer com que haja algum dano e isso tem de ser avaliado”, disse o responsável.

Fernando Pereira da Fonseca sublinhou ainda que terá igualmente de ser avaliada a âncora que ficou no fundo, quando o navio tentou fundear: “Desconheço se o navio tem uma segunda âncora. Se não tiver, esse sistema, que permite o navio fundear, também tem de ser recuperado para o navio poder seguir viagem”.

“Só depois das inspeções técnicas é que o armador poderá avaliar quais serão as próximas tarefas e, eventualmente, planear eventuais trabalhos para o navio seguir em segurança para o próximo porto”, acrescentou.

O "Betanzos", com dez tripulantes a bordo, encalhou na madrugada de dia 6 de março, cerca das 01:00, à saída da barra de Lisboa, após uma falha total de energia e da tentativa de fundear.

O navio estava encalhado perto do farol do Bugio, no forte de São Lourenço do Bugio, concelho de Oeiras, na foz do Rio Tejo, e transporta oito mil toneladas de areia com sílica, usada na indústria de porcelana e cerâmica.

A bordo do navio, que se deslocava para Casablanca, em Marrocos, estão 130 toneladas de combustível e 20 toneladas de resíduos oleosos. De acordo com o porta-voz da AMN, na ausência de danos estruturais, o risco de derrame é baixo.

No dia 8, como medida de precaução devido ao mau tempo, dez tripulantes e quatro elementos técnicos foram resgatados do navio pelo helicóptero da Força Aérea Portuguesa.

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