Casos de droga e prostituição nas crianças podem estar a aumentar - TVI

Casos de droga e prostituição nas crianças podem estar a aumentar

O alerta é dado pela Confederação de Ação Sobre o Trabalho Infantil

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No dia em que o mundo ficou a conhecer o Nobel da Paz, atribuído a dois ativistas pelos direitos das crianças, a Confederação de Ação Sobre o Trabalho Infantil (CNASTI) alerta para casos de exploração em Portugal.

Fátima Pinto, presidente da CNASTI, disse esta quinta-feira à Lusa que em Portugal «também existem muitos abusos sobre as crianças» ainda que admita ter esperança que o Nobel da Paz surta «efeito em todo o mundo» como alerta para este flagelo.

Apesar dos números relacionados com o trabalho infantil «tradicional» estarem a diminuir, existem, segundo a responsável, outros problemas a aumentar.

«Há outras realidades, mais escondidas e que são até mais degradantes, que, segundo alguns indicadores, podem estar a aumentar», disse referindo-se a casos de crianças cujo insucesso escolar as conduz para «situações marginais».

São «situações ligadas à droga e à prostituição», alerta Fátima Pinto.

«Não gostamos de considerar trabalho infantil, mas que estão classificadas pela Organização Internacional do Trabalho como as piores formas de trabalho infantil: mendicidade, tráfico e prostituição», acrescentou.

Para já, esta realidade é residual em Portugal, segundo a mesma fonte, mas é «praticamente legal em alguns países». Fátima Pinto considera que única forma de combater de forma eficaz o problema é «considera-las, de facto, como situações de trabalho para que, internacionalmente, possa haver algum tipo de sanção ao país que as permita».

Além deste problema, a presidente da CNASTI alerta ainda para outra realidade. «Neste momento, [é nas empresas de] calçado que existirá mais crianças a trabalhar, sobretudo ao domicílio. Nas fábricas não se vê, mas no domicílio continuam a colaborar no trabalho», concluiu.

Fátima Pinto comentou ainda a atribuição do Nobel da Paz a Malala Yousafzai, paquistanesa defensora do direito à educação, e Kailash Satyarthi, indiano que tem lutado contra o trabalho infantil. «Este reconhecimento vem reforçar todo o combate necessário contra os abusos que existem, ainda nos nossos tempos, sobre as crianças».
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