«Tenho 100 professores à procura de um lugar» - TVI

«Tenho 100 professores à procura de um lugar»

Ministro da Educação em entrevista na TVI24 defende que o Estado deve escolher os melhores professores

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O ministro da Educação, Nuno Crato, defendeu esta terça-feira, no programa Política Mesmo, que o Estado tem a «obrigação» de escolher os melhores professores para a escola pública, alegando que existem «100 professores à procura de um lugar». O ministro da Educação respondia às críticas dos sindicatos sobre a prova de avaliação dos professores, mas revelou ainda que ponderou em deixar o Governo de Passos Coelho.
 

«Se eu tenho 100 professores à procura de um lugar, eu não tenho o direito de dizer: “Bem destes 100 professores nós queremos escolher os melhores. É que se eu tivesse 10 professores à procura de 100 lugares, eu poderia dizer “bem vou ter que empregar os 10”. Mas eu tenho 100 à procura de um lugar», disse.

 

«Estamos a falar do sistema de ensino, estamos a falar do futuro, estamos a falar dos nossos jovens. Então não tem obrigação o Estado de selecionar os melhores e promover os melhores na escola pública? Claro que tem a obrigação», completou.

 
O ministro da Educação admite ainda que colocou o lugar à disposição do primeiro-ministro
depois do conturbado arranque do ano escolar.
 
A revelação feita na entrevista na TVI24, depois de Passos Coelho ter garantido em entrevista este fim de semana ao jornal Expresso, que não recebeu qualquer pedido de Crato para sair do governo.
 

«Pus o lugar à disposição do senhor primeiro-ministro que me disse que devia continuar e me disse que era preciso era resolver os problemas resolver os problemas. O que se passou, os erros de concurso que os serviços de administração escolar da altura criaram, aqueles erros de concurso, em última análise a responsabilidade é sempre minha e por isso é que eu disse ao senhor primeiro-ministro que o meu lugar estava à disposição», disse o ministro da Educação.

 
Confrontado com o recente parecer do Conselho Nacional de Educação, que sugere o fim de uma excessiva cultura de nota, o ministro justifica a importância da avaliação.
 

«Há uma obsessão pelos resultados. Nós queremos que os alunos saibam mais. Nós queremos que os alunos saiam mais bem preparados do sistema. Nós não queremos que os alunos passem pelo sistema com dificuldades ao longo de todo o seu percurso escolar, nós queremos que o sucesso seja real. Ou seja, qual é nossa maneira de reduzir a retenção? Não é a deitar fora os exames, as avaliações, não é a esquecer os resultados, pelo contrário».

 
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