«Economia está a prejudicar a nossa saúde» - TVI

«Economia está a prejudicar a nossa saúde»

Obesidade

Especialista considera que as multinacionais estão a espalhar um «modo de vida mortal»

Relacionados
As grandes multinacionais da indústria alimentar ocidental estão a espalhar, globalmente, um «modo de vida mortal» ao vender produtos que potenciam doenças como obesidade e diabetes, defende a especialista italiana Loretta Napoleoni.

«Tenho sérias dúvidas de que a economia esteja a preparar um mundo melhor. Creio que está a prejudicar a nossa saúde, porque representa a alteração dos hábitos alimentares para o ponto em que os alimentos que ingerimos se tornam a principal causa da propagação de doenças como obesidade e diabetes», justificou a responsável na conferência sobre a saúde oftalmológica, que decorre até sábado em Sintra.

Loretta Napoleoni defende que, «para impedir a disseminação da obesidade e da diabetes, é preciso reformar alguns segmentos da economia globalizada, mais especificamente a indústria alimentar, que não vende somente a dieta ocidental em todos os cantos do mundo, mas também um estilo de vida mortal».

A conferencista garante que a diabetes e a obesidade estão directamente ligadas «à alta ingestão de gorduras saturadas, alimentos processados, e açúcar», substâncias que são «abundantes» na dieta ocidental e que estão disseminados em todo o mundo através das multinacionais do sector.

«Neste contexto, a medicina moderna pode fazer muito pouco. Projecções para 2025 mostram que o número de pessoas afectadas por estas doenças vai crescer rapidamente», disse Loretta Napoleoni, jornalista e escritora italiana.

Para a especialista, é necessário criar uma aliança entre a medicina e a política para parar a propagação de doenças resultantes da má alimentação, como a fast food, mesmo nesta altura de recessão económica.

«O maior paradoxo da economia passa pelo facto de os alimentos processados manterem vivo o capitalismo. Mas o custo de curar as pessoas afectadas está a crescer e rapidamente ultrapassará as vantagens [económicas] das vendas de junk food», adiantou.
Continue a ler esta notícia

Relacionados