Obesidade: cirurgias de banda gástrica triplicaram

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) realizou no ano passado 963 cirurgias para colocação de banda gástrica, mais do triplo em relação a 2006 mas ainda em «número insuficiente», anunciou esta sexta-feira o director-geral da Saúde, escreve a Lusa.

Segundo Francisco George, em 2006 foram realizadas 261 cirurgias bariátricas (de redução do estômago), enquanto que em 2007 registaram-se 963.

Todas estas cirurgias, referiu por outro lado fonte oficial do ministério da Saúde, são suportadas a 100 por cento pelo Estado, sendo que o utente paga apenas as taxas moderadoras do internamento, tal como em qualquer outra cirurgia.

O director-geral admitiu, contudo, que se trata de um número que «está ainda longe do que se pretende atingir».

«A produção terá que aumentar para o dobro», frisou Francisco George, acrescentando que o SNS será responsável pela resolução da maioria das cirurgias que visam resolver os problemas de obesidade.

Os privados apenas actuarão «de forma complementar», disse.

O director-geral da Saúde confirmou que não houve ainda actualização das subvenções para as cirurgias de banda gástrica, anunciada em Maio de 2007.

Na ocasião, Francisco George anunciou que as subvenções para esta cirurgia aumentariam de 2.900 para cerca de 4.500 euros, numa tentativa de as tornar mais atractivas, quer para hospitais públicos, quer para privados.

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O director-geral da Saúde referiu que este atraso de um ano no aumento da verba fica-se a dever a «uma falta de consenso», mas que segunda-feira ficará tudo resolvido e serão anunciadas medidas para fazer face a este problema.

O presidente da Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO), Carlos Oliveira, criticou este atraso, considerando que o governo deve, «de uma vez por todas, tomar uma atitude em relação à doença».

«Estamos a gastar muito dinheiro a tratar as doenças associadas à obesidade», frisou.

Para a ADEXO, o governo tem que tomar uma atitude dentro em breve, designadamente apostando na realização de mais cirurgias bariátricas e na imposição de medidas que visem criar bons hábitos alimentares junto da população juvenil, como impedir a colocação de máquinas de venda de chocolates e refrigerantes nas escolas.

Valor fixo para pacote de cirurgias

Francisco Goerge adiantou ainda que está a ser estudada a possibilidade de se definir um valor fixo para um pacote de cirurgias que se destina a resolver o problema da obesidade, como um «pacote».

Além da colocação da banda gástrica, os hospitais realizam outras intervenções destinadas a resolver os problemas de obesidade mórbida, como o bypass gástrico e a gastroplastia laparoscópica, entre outras.

O Hospital de S. João, por exemplo, realizou em 2007 um total de 168 intervenções para solucionar casos de obesidade mórbida, dos quais 117 reconstruções de estômago e 19 bypass gástricos.

De acordo com dados do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), no final de 2007 estavam em lista de espera para esta intervenção 2.240 doentes.

Face a estes números, o SNS definiu os 14 meses como o tempo de espera para a realização de uma cirurgia de colocação de banda gástrica.