Alexandre Herculano retoma aulas, construtores alertam que perigo ainda existe - TVI

Alexandre Herculano retoma aulas, construtores alertam que perigo ainda existe

Escola Alexandre Herculano (Lusa/José Coelho)

Sindicato da Construção de Portugal diz que "nem com lupa se consegue ver qualquer intervenção" naquela escola secundária do Porto, que tinha sido encerrada na quinta-feira passada por chover em várias salas

O Sindicato da Construção de Portugal denunciou, nesta quarta-feira, que “nem com uma lupa se consegue ver qualquer intervenção” na Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto, que reabriu esta semana, e alertou que “o perigo espreita em várias áreas do liceu”.

Num comunicado emitido após uma visita às obras iniciadas após a escola ter sido encerrada, na passada quinta-feira, por chover em várias salas de aula, o sindicato alerta para o perigo, "a começar pelo telhado, tetos e janelas”.

O presidente do sindicato descreve a situação como “uma autêntica vergonha e uma falta de respeito para quem ensina, para quem aprende e para os auxiliares de educação”.

A intervenção deste fim de semana é visível na interdição de algumas zonas do edifício, mas o que é preciso é passar à ação. As obras da Alexandre Herculano podem ser realizadas de noite e de dia e não é necessário recorrer ao ar condicionado, mas sim um bom isolamento em todo o edifício, e não são precisos bons azulejos, mas sim boas janelas”, sustenta Albano Ribeiro.

O dirigente sindical anunciou que irá ser recebido ainda hoje no Ministério da Educação, pretendendo na reunião alertar para a necessidade de o Parque Escolar avançar e afirmar a disponibilidade de “alguns alunos irem a Lisboa” manifestar “o desconforto que sentem no dia a dia alunos, professores e auxiliares de educação”.

Depois de ter sido encerrada na quinta-feira, a Escola Secundária Alexandre Herculano - projetada pelo arquiteto Marques da Silva (1869 -1947), autor da estação ferroviária de São Bento e da Casa de Serralves, e classificada como imóvel de interesse público - tem sido alvo de algumas obras mais urgentes que permitiram a reabertura parcial esta semana, mas o diretor do liceu disse desconhecer o calendário para a realização dos trabalhos maiores de reabilitação do edifício.

Tal como programado, a Alexandre Herculano retomou parcialmente a atividade na segunda-feira, com aulas para os alunos da unidade de multideficiência e do ensino noturno, tendo reaberto na terça-feira para os alunos do 9.º ano e secundário, num total de 600 estudantes que estão a ocupar as salas onde não chove e que reúnem as condições indispensáveis.

Os restantes 300 alunos do 7.º e 8.º anos foram transferidos para a Escola Ramalho Ortigão, situada a um quilómetro de distância, e só hoje retomaram as atividades letivas.

Esta reabertura faseada com 600 dos 900 alunos e a transferência provisória dos restantes para a Ramalho Ortigão foi decidida na sexta-feira, após uma reunião com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, tendo nesse dia a secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão, visitado o equipamento escolar e anunciado "obras urgentes".

A governante referiu ainda que só a Câmara do Porto tem acesso aos seis milhões de euros inscritos nos fundos do programa 2020 que podem servir para as obras de requalificação da Escola Alexandre Herculano.

Na terça-feira, em reunião do executivo, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, revelou ter alertado o Governo há quase um ano para o facto de não ter assinado compromissos sobre a reabilitação da Alexandre Herculano, no âmbito de fundos do Portugal 2020, e criticou o facto de não ser feita qualquer manutenção no edifício há anos.

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