O ministro da Administração Interna anunciou, esta sexta-feira, que a partir de agora as avaliações de risco sísmico alargam-se a todas as obras de grande dimensão, depois de assistir em Oeiras a um exercício de preparação que envolveu 400 mil alunos de todo o país.
Falando aos jornalistas na escola secundária Sebastião e Silva, em Oeiras, Eduardo Cabrita indicou que hoje entrou em vigor uma portaria da secretária de Estado da Habitação que determina que a avaliação de risco sísmico já não se limita às novas construções, como até agora.
A avaliação de risco sísmico é feita obrigatoriamente no caso de ações de reabilitação ou ampliação de um prédio antigo", referiu.
No sétimo exercício nacional de sensibilização para o risco sísmico "A Terra Treme", alunos do país inteiro participaram num "exercício de cidadania", aprendendo como agir em caso de terramoto.
O ministro lembrou que Portugal tem história de sismos catastróficos como o de 1755, que destruiu Lisboa, e de outros de grande dimensão, como o que afetou o sul do país em 1969 e o que matou dezenas de pessoas nos Açores em 1980.
É fundamental estarmos preparados para todos os riscos", disse, acrescentando que a melhor maneira de o fazer é começar pelas escolas "com aqueles que têm toda uma vida à frente para reagir a situações destas e até para educar os seus pais, familiares e amigos".
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse aos jornalistas que os exercícios e simulacros feitos nas escolas podem "irradiar para o resto da sociedade e salvar muitas vidas" quando um sismo verdadeiro acontecer.
"Baixar, proteger e aguardar" são as três ações que nortearam o exercício, organizado pelo Ministério da Administração Interna, Ministério da Educação e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O presidente da ANEPC, tenente-general Carlos Mourato Nunes, alertou para a importância de ações de sensibilização para risco sísmico, referindo que a de hoje tem “um reflexo nacional”.
Estes exercícios multiplicados pela comunidade estudantil e pela comunidade nacional têm um reflexo muito grande. Nesta ação estão a ser fornecidos os ensinamentos básicos daquilo que é o elementar que devemos fazer na circunstância do correr de um sismo”, disse Mourato Nunes.
Às 11:15 a campainha fez-se soar em toda a escola e os alunos executaram os três gestos de autoproteção: baixar, proteger e aguardar.
Por todo o país, os Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS), em parceria com as comunidades locais, bombeiros, serviços municipais de proteção civil, agentes de proteção civil e escolas, promoveram ações de sensibilização sobre a temática do risco sísmico e as medidas de autoproteção, bem como a realização do exercício “A Terra Treme”.