Incêndios: linha elétrica poderá ter estado na origem do fogo de Monchique - TVI

Incêndios: linha elétrica poderá ter estado na origem do fogo de Monchique

  • SL
  • 9 mai 2019, 15:48

Observatório Técnico Independente entregou, esta quinta-feira, à Assembleia da República, relatório sobre maior incêndio de 2018

O Observatório Técnico Independente (OTI) criado pelo parlamento para acompanhar os incêndios florestais aponta como possível causa do fogo de Monchique, o maior de 2018, uma linha elétrica.

No relatório sobre incêndio que deflagrou em 2018 em Monchique, no Algarve, esta quinta-feira entregue na Assembleia da República, os peritos do OIT lamentam que, passados nove meses do fogo, a causa esteja "ainda a ser investigada e apontada como desconhecida".

No entanto, o documento refere que há indicações que remetem “para um local específico de início do incêndio e para uma causa associada a uma linha elétrica, que a EDP contraria”.

Há fotografias iniciais em que são visíveis chamas próximo do local indicado e indícios que apontam para que a linha elétrica possa ter estado na origem do incêndio por haver no local árvores - essencialmente eucaliptos - com desenvolvimento suficiente para poder entrar em contacto com os cabos da linha elétrica, apesar da versão da EDP não apontar nesse sentido”, considera o OIT.

O relatório sublinha que, “apesar dos indícios que apontam para que a causa do incêndio possa ter tido origem na linha de média tensão que atravessa o local de início do incêndio, não existe qualquer informação oficial sobre a investigação mais detalhada que permita confirmar esta hipótese”.

Nesse sentido, os peritos do OIT manifestam-se preocupados com os fogos que nascem do contacto com as redes elétricas.

Em conclusão, muito embora não exista confirmação quanto à causa de origem deste incêndio em particular, as estatísticas sobre causas investigadas levam a encarar com grande preocupação as ignições causadas pela rede elétrica”, lê-se no documento, sublinhando que as linhas que atravessam áreas com eucalipto deverão ser alvo “de extrema atenção, devido ao rápido desenvolvimento em altura das árvores desta espécie, potenciando descargas por toque ou mesmo potenciando a danificação das linhas de transporte de energia”.

No relatório, o OTI chama ainda a atenção para “a falta de eficácia na investigação das causas de incêndio” e considera “no mínimo estranho que não exista ainda uma causa conhecida para um incêndio com as consequências que este teve”.

O Observatório Técnico Independente recomenda “uma melhoria no serviço de investigação de causas particularmente em incêndios de grandes dimensões”.

O incêndio de Monchique esteve ativo entre 03 e 10 de agosto de 2018 em Monchique e consumiu mais de 27 mil hectares.

 

Observatório critica demora do MAI em dar informações sobre maior fogo de 2018

O Observatório Técnico Independente criado pelo parlamento para acompanhar os incêndios florestais criticou a “incompreensível demora do Ministério da Administração Interna” (MAI) em lhe enviar informação sobre a intervenção da GNR no incêndio de Monchique de 2018.

O Observatório não pode deixar de lamentar o atraso nos trabalhos pela incompreensível demora do Ministério da Administração Interna em enviar a este Observatório a informação solicitada à GNR com vista a clarificar a intervenção daquela entidade nas operações do incêndio em apreciação”, refere aquele organismo criado pela Assembleia da República, num relatório sobre o incêndio que deflagrou em agosto de 2018 em Monchique, no Algarve.

No documento, entregue na Assembleia da República, o Observatório Técnico Independente recorda o diploma da sua criação, que estabelece que tem “acesso a toda a informação necessária ao cumprimento da sua missão, estando todas as entidades públicas e privadas obrigadas ao seu fornecimento atempado e aos esclarecimentos adicionais que lhes forem solicitados”.

O observatório técnico independente para análise, acompanhamento e avaliação dos incêndios florestais e rurais que ocorram em Portugal foi criado em 2018 pelo parlamento e entre as suas missões está a elaboração de um relatório sobre o fogo que esteve ativo entre 03 e 10 de agosto de 2018 em Monchique e consumiu mais de 27 mil hectares.

 

Observatório defende auditoria para responsabilizar fase de rescaldo em Monchique

O Observatório Técnico Independente criado pelo parlamento para acompanhar os incêndios florestais aponta falhas no combate inicial ao fogo de Monchique, o maior de 2018, e defende uma auditoria para apurar responsabilidades na fase de rescaldo e extinção.

O rescaldo e a extinção do incêndio foram de grande dificuldade. As condições meteorológicas e de combustível eram claramente desfavoráveis, mas não foram aproveitadas as condições mais favoráveis para as operações de rescaldo, durante a noite e madrugada”, referem os peritos do Observatório Técnico Independente (OTI), num relatório sobre o incêndio que deflagrou em agosto de 2018 em Monchique, Algarve.

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