Governo rejeita críticas sobre impacto da crise na saúde - TVI

Governo rejeita críticas sobre impacto da crise na saúde

Idosos no hospital

Observatório Português divulgou um relatório no qual refere que um terço dos idosos não tem dinheiro para comprar os medicamentos que necessitam

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O secretário de Estado Adjunto da Saúde rejeitou esta terça-feira as críticas do Observatório da Saúde sobre a atenção dada ao impacto da crise na Saúde, lembrando que o preço dos medicamentos baixou e as isenções das taxas moderadoras foram alargadas.

Fernando Leal da Costa admitiu, no entanto, que os cuidados de saúde primários podem ser melhorados, como refere o Observatório da Saúde, garantindo que «ainda há muito a fazer e que [o Ministério] vai tentar corrigir a situação».

O Observatório Português dos Sistemas de Saúde divulga hoje um relatório no qual acusa o Ministério da Saúde de não ter feito um diagnóstico aos efeitos da crise na Saúde dos portugueses e refere que um terço dos idosos não tem dinheiro para comprar os medicamentos que necessitam, óculos ou aparelhos auditivos.

«Não concordo. Na realidade, o Ministério da Saúde tem hoje um conjunto de ferramentas de avaliação e de indicadores de saúde e de comportamento das pessoas face a saúde que anteriormente não existiam», disse, adiantando que, esta tarde, vários dirigentes do Ministério vão apresentar mecanismos de medição do impacto da conjuntura na Saúde.

Para Fernando Leal da Costa, é preciso haver uma separação entre dados objetivos e as dificuldades relatadas por determinados grupos populacionais, como os idosos.

«No caso concreto dos idosos não podemos esquecer que houve um esforço (...) e os medicamentos em Portugal estão mais baratos. Porventura nunca estiveram tão baratos como agora», afirmou à agência Lusa o secretário de Estado.

«Alguns medicamentos estão mais de 50% mais baratos do que durante a vigência do Governo anterior», sublinhou.

Além disso, acrescentou, o Ministério da Saúde «teve o cuidado de avançar com um sistema de revisão de taxas moderadoras que deixou um maior número de isentos de pagamento, para proteger os mais desfavorecidos e os desempregados».

O Observatório Português dos Sistemas de Saúde refere também a ausência de melhoramentos nos cuidados de saúde primários, apesar de terem sido previstos no Orçamento de Estado para 2012, e criticou a escassa oferta de apoios a doentes em fase terminal.

«Tenho de dizer que, no ano passado, o Ministério da Saúde teve o maior orçamento dos últimos anos. Também aqui fomos além da troika no bom sentido porque tivemos um orçamento que protegeu os cuidados de saúde», argumentou.

O secretário de Estado negou ainda que o Ministério esteja a fazer um racionamento ativo, salientando que a intenção é criar condições para que todas as pessoas sejam «tratadas com racionalidade e equidade».

Questionado sobre se vai ter em conta os alertas e sugestões contidas no documento, Fernando Leal da Costa garantiu que o Ministério tem «por hábito» seguir toda a documentação que lhes é disponibilizada.
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