Médico do bebé sem rosto enfrenta seis queixas na Ordem dos Médicos - TVI

Médico do bebé sem rosto enfrenta seis queixas na Ordem dos Médicos

São todos processos que estão a decorrer. A última diz respeito ao caso do bebé Rodrigo e o processo foi aberto pelo próprio bastonário

O médico Artur Carvalho, que seguiu a gravidez do bebé Rodrigo, tem atualmente seis queixas abertas na Ordem dos Médicos. A sexta queixa diz respeito ao caso do próprio Rodrigo e foi aberta por Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos.

A família ainda não o fez. Eu vou fazê-lo”, disse Miguel Guimarães, esta sexta-feira à tarde, em conferência de imprensa.

O bastonário não confirma, mas também não desmente: um dos casos será o da bebé Luana, que nasceu em 2011, sem queixo e com as pernas ao contrário. O caso de Luana chegou ao Ministério Público e à Inspeção Geral das Atividades da Saúde, mas acabou arquivado.

Sobre o caso do bebé Rodrigo, o bastonário da Ordem dos Médicos admite que “pode ter existido uma falha grave” e, por isso, “é fundamental que o conselho disciplinar ouça rapidamente, e com urgência, o médico por causa desta situação”.

“E, a partir daí, poder tomar a decisão se se justifica ou não a suspensão preventiva do médico”, acrescentou.

 

“Vou fazer um requerimento ao Conselho Superior, precisamente o órgão que tem alguma tutela sobre o trabalho dos conselhos disciplinares, pedindo que este verifique a conformidade da atuação nestes processos que já existem contra este médico em concreto”, sublinhou Miguel Guimarães.

O bebé Rodrigo nasceu no último dia 7 de outubro. Não tem olhos, nariz, parte do rosto e do crânio. Malformações graves que seriam facilmente detetáveis, de acordo com especialistas, nas ecografias realizadas pelo médico que seguiu a gravidez.

Os pais do bebé fizeram três ecografias com o médico em causa, sem que lhes tivesse sido reportada qualquer malformação. Só num exame feito noutra clínica, uma ecografia 5D, os pais foram avisados para a possibilidade de haver malformações. Questionaram o médico que os seguia, que lhes garantiu que estava tudo bem, conta a madrinha do bebé.

As complicações só foram detetadas depois do parto e os pais apresentaram queixa ao Ministério Publico contra o médico.

O Hospital de São Bernardo, em Setúbal, onde o médico trabalha há 30 anos, abriu um inquérito para averiguar este caso.

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