O concurso internacional realizado chegou a tribunal. Mas apesar da polémica e dos protestos, foi a farmacêutica Octapharma que acabou por ganhar o contrato para aproveitar o plasma do Hospital de S. João no Porto.
Apesar de haver cinco concorrentes, a farmacêutica com a exclusividade de fornecimento de plasma às unidades de saúde em Portugal, era a única que reunia diretamente os dois principais requisitos. Definidos nas regras do concurso.
Fernando Araújo, atual secretário de Estado da Saúde, era então diretor do serviço de Imunohemoterapia. E "esteve diretamente envolvido" no concurso, segundo relata a investigação da TVI.
Indícios de concurso "feito à medida"
Na altura, cinco empresas mostraram interesse em concorrer. Só que o caderno de encargos estipulava condições, a que só conseguiria responder a Octapharma, firma que já tinha a exclusividade de fornecimento de plasma sanguíneo aos serviços de saúde nacionais.
A saber, era obrigatório que a os concorrentes tivessem plasma inativado. Mas com o registo AIM, acreditado no Infarmed, que considera o produto como um medicamento, só mesmo a Octapharma tinha.
De acordo com a investigação da jornalista da TVI, Alexandra Borges, há indícios de que a construção do concurso internacional poderá ter sido feita de forma a ter só um concorrente.
A Grifols, empresa espanhola que inativa o plasma saco a saco, não pôde concorrer porque com esse seu procedimento, não tem reconhecimento ao nível do Infarmed. Recorreu ao Tribunal Administrativo, perdeu em primeira instância e canaou por desistir da queixa.