Membro do Governo envolvido em negócios do plasma - TVI

Membro do Governo envolvido em negócios do plasma

Em 2015, atual secretário de Estado da Saúde dirigia um serviço do Hospital de S.João, no Porto. Num concurso para aproveitamento de plasma sanguíneo, de entre cinco concorrentes, ganhou... a Octapharma

O concurso internacional realizado chegou a tribunal. Mas apesar da polémica e dos protestos, foi a farmacêutica Octapharma que acabou por ganhar o contrato para aproveitar o plasma do Hospital de S. João no Porto.

Apesar de haver cinco concorrentes, a farmacêutica com a exclusividade de fornecimento de plasma às unidades de saúde em Portugal, era a única que reunia diretamente os dois principais requisitos. Definidos nas regras do concurso.

Fernando Araújo, atual secretário de Estado da Saúde, era então diretor do serviço de Imunohemoterapia. E "esteve diretamente envolvido" no concurso, segundo relata a investigação da TVI.

Indícios de concurso "feito à medida"

Na altura, cinco empresas mostraram interesse em concorrer. Só que o caderno de encargos estipulava condições, a que só conseguiria responder a Octapharma, firma que já tinha a exclusividade de fornecimento de plasma sanguíneo aos serviços de saúde nacionais.

A saber, era obrigatório que a os concorrentes tivessem plasma inativado. Mas com o registo AIM, acreditado no Infarmed, que considera o produto como um medicamento, só mesmo a Octapharma tinha.

De acordo com a investigação da jornalista da TVI, Alexandra Borges, há indícios de que a construção do concurso internacional poderá ter sido feita de forma a ter só um concorrente.

A Grifols, empresa espanhola que inativa o plasma saco a saco, não pôde concorrer porque com esse seu procedimento, não tem reconhecimento ao nível do Infarmed. Recorreu ao Tribunal Administrativo, perdeu em primeira instância e canaou por desistir da queixa.

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