O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, considerou esta terça-feira que sete testemunhas convocadas pela acusação já ouvidas no julgamento em que é acusado de crimes de corrupção, entre outros, acabaram por prestar depoimentos que lhe são favoráveis, refere a Lusa.
«Até agora as testemunhas da acusação têm falado todas a meu favor», disse hoje o autarca, à saída da quinta audiência do processo em que é acusado de um total de sete crimes de participação económica em negócio, corrupção para acto ilícito, branqueamento de capitais, abuso de poder e fraude fiscal.
Na sessão de segunda-feira foram ouvidas as primeiras cinco testemunhas de uma lista de várias dezenas, todas posteriormente também arroladas pela defesa - dois arquitectos da Câmara de Oeiras que disseram nunca terem sido pressionados para aprovar projectos (aos quais o procurador Luís Eloy não colocou questões); o filho de um empresário, entretanto falecido, com quem Isaltino Morais terá trocado favores, segundo a acusação; um desenhador de construção civil que conhecia a sogra do arguido (mas desconhecia que a mesma guardava dinheiro em frigideiras); e o proprietário de uma casa em Altura (Castro Marim), que a vendeu ao autarca.
Durante a manhã de hoje decorreram os depoimentos do autor do «esqueleto» dessa mesma casa em Altura, que o fez para o proprietário inicial, e do filho do arguido e promotor imobiliário João Algarvio.
Esta última testemunha, engenheiro civil, explicou que apresentou à Câmara de Castro Marim os cálculos relativos à estrutura da casa, uma vez que o processo de licenciamento estava bloqueado nos serviços municipais, mas assegurou que não recebeu qualquer quantia em troca, já que era amigo de Isaltino Morais e o trabalho não lhe ocupou mais do que um dia. Esta versão confirmou assim aquilo que o autarca de Oeiras já tinha dito em julgamento.
Nenhuma das testemunhas teve a certeza de que a fotografia que consta do processo é a da referida casa - que terá sido remodelada por João Algarvio e pelo filho como troca de favores, segundo a acusação -, devido às parecenças com as outras moradias da zona.
O julgamento será retomado na quinta-feira, dia em que serão ouvidas oito testemunhas.
Para sexta-feira está agendado o depoimento da principal testemunha do caso, que chegou a ser arguida - a ex-secretária e ex-chefe de gabinete do presidente de Oeiras Paula Nunes que regressou à Câmara há três anos para trabalhar no departamento da Habitação.
Isaltino: «Testemunhas de acusação falam a meu favor»
- tvi24
- 31 mar 2009, 13:42
Autarca de Oeiras comenta sete depoimentos prestados no processo em que é acusado de corrupção
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