Cancro, a doença que ainda mata e não pára de aumentar - TVI

Cancro, a doença que ainda mata e não pára de aumentar

Saúde (Foto Cláudia Lima da Costa)

«Dentro de cinco a seis anos» tornar-se na principal causa de morte»

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O cancro do pulmão é a principal causa de morte por cancro nos homens portugueses, enquanto nas mulheres é o tumor do intestino. Em termos de aparecimento de novos casos, lideram os tumores da próstata e da mama.

Segundo dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro, a propósito do Dia Mundial Contra o Cancro, que se assinala esta sexta-feira, só no ano passado o cancro matou cerca de 30 mil pessoas em Portugal, representando um aumento de 20 por cento relativamente a 2009, e deverá «dentro de cinco a seis anos» tornar-se na principal causa de morte, ultrapassando as doenças cardiovasculares.

Rastreios ainda estão em falta

Os programas de rastreio do cancro do colo do útero e do colo rectal deverão arrancar este ano em Lisboa e Vale do Tejo, a região do país com menos rastreios implementados, segundo o coordenador nacional das doenças oncológicas.

No Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, Manuel António Silva lembrou à agência Lusa a importância dos rastreios para prevenir o cancro, assim como a prevenção primária através de uma vida activa, uma boa alimentação, exercício físico e o não consumo de tabaco.

Há já três rastreios aprovados: do cancro do colo do útero (citologia nas mulheres entre os 25 e os 60 anos), cancro da mama (mamografia a cada dois anos nas mulheres dos 50 aos 69) e colo rectal (procura de sangue oculto nas fezes de homens e mulheres dos 50 aos 74).

Combate à doença não está «parado»

«Através destas medidas nós conseguimos, de certeza absoluta, melhores resultados do que depois de termos contraído um cancro e fazermos tratamentos que são sempre traumatizantes e com resultados que nunca serão tão bons como os que se conseguem através do rastreio», salientou.

Novos hábitos sexuais aumentam casos de cancro oral

Outro vector importante na luta contra o cancro é «indiscutivelmente» uma rede de referenciação de oncologia. «Estou a trabalhar nela e vamos tentar começar pela ARS Norte», disse.

Mas, assegurou, o combate à doença «não está parado»: «Os hospitais estão a funcionar, os institutos de oncologia também, estamos a tratar cada vez mais doentes e a capacidade de resposta tem-se mantido boa», afirmou. «Não estamos na desgraça. Agora vamos é tentar melhorar aquilo que já temos», sublinhou.

Para Manuel António Silva, um dos «grandes desafios» que se colocam nesta luta é o envelhecimento da população: «O índice de subida de incidência do cancro a partir dos 64 e 65 anos é tremendo».

«Um homem com mais de 64 ou 65 anos tem 50 vezes mais probabilidades de sofrer um cancro nos cinco anos seguintes do que um com 25 anos. É uma diferença brutal», assinalou.
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