Conselho de Magistratura adia análise a entrevista de "super-juiz" - TVI

Conselho de Magistratura adia análise a entrevista de "super-juiz"

Carlos Alexandre

Pela "coincidência temporal" com o pedido de afastamento do juiz Carlos Alexandre, feito pela defesa de José Sócrates, o Conselho Superior de Magistratura já não vai avaliar a entrevista do magistrado, na sua reunião de 27 de setembro

O pedido de afastamento do juiz da Operação Marquês foi a pedra de toque para o Conselho Superior de Magistratura (CSM) adiar a anunciada análise, da entrevista do titular da instrução do processo à estação televisiva SIC.

A referida avaliação estava prevista para o próximo dia 27 de setembro, pelo órgão regulador da atividade dos magistrados, só que, num novo comunicado, o Conselho prefere separar as águas.

Deu ontem entrada incidente de suspeição do Senhor Juiz no Tribunal da Relação de Lisboa, com fundamento em declarações prestadas naquela entrevista. A apreciação que cabe ao CSM não se confunde com aquela que é pedida ao Tribunal da Relação. Todavia, a coincidência temporal de uma e de outra é suscetível de prejudicar a perceção pública da cabal distinção destes planos", salienta a nota do Conselho Superior de Magistratura.

Desta forma, "o CSM difere a análise da entrevista para momento posterior à decisão pelo Tribunal da Relação do referido incidente".

Entrevista em foco

Na entrevista, algumas das declarações do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, que se intitulou mesmo como "o saloio de Mação", provocaram ondas de choque. Carlos Alexandre, que tem em mãos alguns dos mais mediáticos casos de justiça, afirmou até que se sentia “escutado”.

Ao dizer que “não tem dinheiros em nome de amigos”, nem “contas bancárias em nome de amigos”, as declarações foram geralmente interpretadas como referências ao processo que tem em mãos e que envolve o ex-primeiro ministro, José Sócrates.

Sócrates, num artigo publicado depois, acusou o juiz Carlos Alexandre de “abuso de poder” e adiantou ter indicado aos seus advogados “para apresentarem as respetivas queixas aos órgãos judiciais competentes”.

Posteriormente, a defesa do ex-primeiro-ministro suscitou o afastamento do juiz Carlos Alexandre da titularidade do processo.

De igual modo, os advogados de José Sócrates voltaram a terreiro para criticar o alargamento do prazo de investigação da Operação Marquês por mais seis meses, decidido pela Procuradoria-Geral da República.

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