Ordem alerta para falta de enfermeiros em Gaia, Porto e Matosinhos - TVI

Ordem alerta para falta de enfermeiros em Gaia, Porto e Matosinhos

(EPA/LUSA)

Nelson Coimbra diz que esse défice faz aumentar o risco de erro e a probabilidade de contaminação entre os doentes.

A Ordem dos Enfermeiros alertou esta quinta-feira para a falta de profissionais nos hospitais de Gaia, Matosinhos e São João, no Porto, considerando que esse défice faz aumentar o risco de erro e a probabilidade de contaminação entre os doentes.

“Um enfermeiro que tenha um elevado número de doentes, aumenta a probabilidade de infeção”, afirmou à Lusa Nelson Coimbra do Conselho Diretivo da Ordem dos Enfermeiros (OE) após uma visita às três unidades de saúde.

O responsável, candidato à Secção Regional do Norte da OE, salientou que o número de doentes por enfermeiro “não está em rácio adequado” no hospital de Gaia, uma situação que “é transversal” às unidades do São João, no Porto, e Pedro Hispano, em Matosinhos, aumentando assim o risco de contaminações e infeções nos pacientes.

Assinalou ainda que, no caso de Gaia, “os enfermeiros estão preocupados porque têm que fazer horas acrescidas, estão exaustos e cansados e, fazendo mais horas, mais aumenta o risco de cometer erros”.

“Verificamos que os enfermeiros, para além das 40 horas semanais, estão com acréscimo [de horário] para fazer face a baixas prolongadas e faltas. Há enfermeiros a fazer um elevado esforço para colmatar essas faltas”.


Também em Gaia destacou estar em curso um “processo de recrutamento” de novos enfermeiros por “manifesta necessidade” de mais profissionais

Quanto à infeção provocada pela bactéria multirresistente (Klebsiella Pneumoniae) no Centro Hospitalar de Gaia que já contaminou 102 pessoas, Nelson Coimbra garantiu que a situação “está controlada” e “não há razão para alarmismo”.

“Estão a ser cumpridos todos os procedimentos. Os doentes estão em isolamento e não há razão para alarme”, frisou o dirigente, lembrando que “os enfermeiros estão em contacto direto com os doentes e a cumprir todas as recomendações e dispositivos para evitar contaminações e infeções cruzadas”.

Destacou ainda o “papel preponderante” destes profissionais “na educação para a saúde” dos familiares e visitas dos pacientes contaminados, explicando e disponibilizando dispositivos que impeçam a transmissão.

Da visita aos hospitais também participou o candidato a bastonário da Ordem dos Enfermeiros José Carlos Gomes para quem “houve um desinvestimento do que é a capacidade dos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde”.

“Os enfermeiros e o seu trabalho têm que ser considerados um investimento que o país pode e deve ter. Um enfermeiro evita custos desnecessários”.

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