Afluência de doentes ao hospital de Setúbal "foi avassaladora" em janeiro - TVI

Afluência de doentes ao hospital de Setúbal "foi avassaladora" em janeiro

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  • MJC
  • 2 fev 2021, 20:20

Bastonário da Ordem dos Médicos e diretor de Infecciologia chamam a atenção para a situação do Hospital de São Bernardo, em Setúbal.

O Bastonário da Ordem dos Médicos apelou hoje para que o Governo dê mais atenção ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e defendeu que se trata de uma unidade de saúde que deveria beneficiar de ajuda externa.

“A 28 de janeiro o hospital de Setúbal tinha uma taxa de ocupação de 512 por cento na enfermaria e de 950 por cento em cuidados intensivos, o que significa que este hospital está a precisar urgentemente de ajuda externa”, disse Miguel Guimarães, no final de uma visita ao Hospital de São Bernardo.

Este hospital tem que ser olhado de forma diferente pela tutela, tem que ser incluído nos hospitais absolutamente prioritários, na necessidade, por um lado, de reforçar os cuidados intensivos - os cuidados intensivos neste hospital neste momento estão esgotados -, de reforçar o número de camas, que, de facto, não são suficientes”, acrescentou.

Miguel Guimarães, que falava aos jornalistas na primeira de um conjunto de visitas a diversos hospitais do país, lembrou que há doentes nas áreas do serviço de urgência, nomeadamente nas Áreas de Doentes Respiratórios (ADR), à espera de poderem ser internados e tratados, e reconheceu que se trata de uma “situação que, obviamente, não dá qualidade de tratamento aos doentes covid”.

Também o diretor do Serviço de Infecciologia do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), José Poças, afirmou hoje que a afluência de doentes infetados com o vírus SARS-CoV-2 ao Hospital de São Bernardo foi “avassaladora” no mês de janeiro.

Nós tratámos durante um mês [janeiro de 2021] muito mais doentes do que tratámos no resto do tempo, muito mais doentes em enfermaria, muito mais doentes em cuidados intensivos. E já vamos com 10 meses de epidemia” de covid-19, disse José Poças.

Segundo o responsável pelo Serviço de Infecciologia do CHS, que integra os hospitais de São Bernardo e do Outão, em janeiro foram assistidos 2.666 doentes, “metade dos quais com enorme gravidade clínica: amarelos, laranjas e vermelhos”.

Foi avassalador, está a ser avassalador”, enfatizou o especialista em infecciologia, que falava sobre a procura e oferta de cuidados de saúde no CHS num debate ‘online’ promovido pela Câmara de Setúbal.

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