Médicos encontraram doentes do lar de Reguengos de Monsaraz "desidratados, desnutridos e com calor extremo" - TVI

Médicos encontraram doentes do lar de Reguengos de Monsaraz "desidratados, desnutridos e com calor extremo"

Relatório da Ordem dos Médicos aponta ainda "falência renal" como a possível causa para as 18 mortes na instituição, dada a falta de monitorização clínica e laboratorial

O relatório da Ordem dos Médicos, que dá conta de incumprimentos graves das normas da DGS no lar de Reguengos de Monsaraz, aponta "falência renal" como a possível causa para as 18 mortes na instituição, dada a falta de monitorização clínica e laboratorial.

No mesmo relatório, ao qual a TVI teve acesso, os médicos relataram "doentes acamados, desidratados, desnutridos. Alguns só usando uma fralda, completamente desorientados, com calor extremo, cheiro horrível e lixo no chão".

Os registos clínicos estavam incompletos, com informações escritas em folhas soltas, e só terão sido informatizados, num ficheiro do Google Drive no dia 6 de julho, data em que já tinha ocorrido a 12.ª morte.

Até essa altura, os médicos relatam a existência de folhas A4 manuscritas com os parâmetros vitais dos doentes, sendo que é referida a falta de informação essencial sobre cada utente do lar.

A equipa médica que fez os primeiros rastreios diz ter denunciado à Administração Regional de Saúde a falta de condições na instituição. Ainda assim, foram informados que deveriam continuar o trabalho sob pena de processo disciplinar.

O Ministério Público já está a investigar as denúncias expressas no relatório.

Ministra da Segurança Social já leu o relatório

A ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, reagiu, esta terça-feira, à polémica sobre os lares de idosos.

Numa visita a um projeto social em Alcanena, a ministra garantiu que já leu os relatórios sobre o surto que ocorreu em Reguengos de Monsaraz.

Ana Mendes Godinho voltou a frisar que os lares têm sido a prioridade “desde o início da pandemia”, atendendo ao risco dos utentes.

A nossa prioridade é proteger as pessoas", sublinhou a ministra.

Ameaças da ARS não são "nada que surpreenda"

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, comentou as alegadas ameaças da Administração Regional de Saúde aos médicos

Roque da Cunha admite que houve ameaças escritas, onde foi dito aos profissionais que, se não fossem para o lar, estariam sujeitos a processos disciplinares.

É de uma gravidade extrema”, considerou o médico.

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