Médicos "revoltados" subscrevem documento contra "o estado da Saúde" - TVI

Médicos "revoltados" subscrevem documento contra "o estado da Saúde"

  • CM
  • 15 mai 2018, 10:30
Cirurgia

Ordem fala em tomada de posição histórica na Assembleia de Representantes. "A partir deste momento justificam-se plenamente todas as formas de protesto", prometem 

O órgão máximo de representação dos médicos aprovou um documento que pretende combater a atual política de Saúde e onde os profissionais se manifestam revoltados e frustrados pelas falhas nos serviços.

A Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos, que congrega mais de 100 clínicos representantes de todos os distritos médicos de Portugal, esteve reunida na segunda-feira e aprovou um documento a expressar que os médicos se sentem "frustrados e revoltados" por muitas vezes não conseguirem responder às necessidades das pessoas, segundo o documento a que a agência Lusa teve acesso nesta terça-feira.

Falta de pessoal, equipamentos "fora de prazo" e sem manutenção e falhas de material clínico adequados são os principais problemas apontados pelos profissionais. Os médicos "não vão ficar de braços cruzados perante uma injustiça sem precedentes que está a afetar de forma insidiosa os portugueses e os profissionais de Saúde", consta no documento.

Para os mais de 60 médicos presentes no encontro e que aprovaram o texto, "o estado da Saúde já não permite qualquer atitude expectante".

A partir deste momento justificam-se plenamente todas as formas de protesto e de intervenção construtiva que os médicos entendam levar a cabo", argumentam. 

O bastonário Miguel Guimarães lança também um apelo à "união de todos os médicos e a uma participação robusta" de todos os profissionais numa "onda de contestação positiva".

Para o bastonário, a tomada de posição da Assembleia de Representantes é histórica, uma vez que este órgão não se pronuncia habitualmente sobre matérias de cariz tão político.

Em declarações à Lusa, o representante dos médicos disse que o movimento de contestação à atual política "já não é só da Ordem ou dos sindicatos", mas da esmagadora maioria dos profissionais.

Miguel Guimarães vai promover reuniões com todas as direções das associações e sociedades científicas e com os colégios de especialidade para debater a atual situação da saúde e para incentivar à "contestação positiva".

A Assembleia de Representantes aprovou ainda uma referência à greve dos médicos, responsabilizando o ministro da Saúde e o Governo "por todos os atrasos e constrangimentos que afectaram" os doentes durante os três dias de paralisação na semana passada.

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