Ordem vai averiguar se existiram "pressões diretas" sobre médicos no Algarve - TVI

Ordem vai averiguar se existiram "pressões diretas" sobre médicos no Algarve

  • 28 fev 2018, 16:02
Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães

Organização profissional considera "muito preocupantes" denuncias de pressões para altas antecipadas a doentes. Quer "clarificar a situação no mais curto espaço de tempo"

A Ordem dos Médicos (OM) vai averiguar se existiram "pressões diretas" da administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) para que os médicos dessem altas antecipadas a doentes internados, apelando à colaboração do Governo.

A Ordem dos Médicos apela ao Ministério da Saúde e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) que a acompanhem nesta averiguação, de forma a clarificar a situação no mais curto espaço de tempo", lê-se num comunicado divulgado esta quarta-feira pelo Conselho Regional Sul da Ordem dos Médicos.

Aquele organismo considerou que as razões que alegadamente levaram à demissão de três diretores de serviços de Medicina do Hospital de Faro são "muito preocupantes" e, a confirmar-se a alegada existência de pressões para a atribuição de altas precoces, a situação "ameaça seriamente a segurança dos doentes".

O Conselho Regional do Sul da OM acrescentou que vai avançar com uma visita ao Hospital de Faro, para ouvir os médicos, os diretores de serviço e as explicações que o Conselho de Administração tenha para o caso.

Caso se confirmem estes factos (...) não haverá qualquer argumento que possa ser aceitável e a situação deve ter consequências legais e ser de imediato suspensa qualquer orientação que possa vir a revelar-se prejudicial para os doentes", sublinham.

Na terça-feira o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou o pedido de demissão de três diretores de serviço que alegam falta de resposta para a sobrelotação de doentes e pressões para atribuírem altas precoces, face ao aumento da procura e as consequentes dificuldades no internamento.

A administração do CHUA, por seu turno, já negou ter pedido aos três diretores demissionários dos serviços de Medicina Interna que "adotassem qualquer medida que colocasse em causa as boas práticas clínicas".

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