Covid-19: Infarmed descarta relação entre medicação para hipertensão e doenças cardíacas e agravamento da infeção - TVI

Covid-19: Infarmed descarta relação entre medicação para hipertensão e doenças cardíacas e agravamento da infeção

  • BC
  • 28 mar 2020, 08:25
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Infarmed e Agência Europeia do Medicamento sublinham que, atualmente, “não há evidências de estudos clínicos ou epidemiológicos que estabeleçam uma ligação” entre a medicação prescrita para tratar doenças cardíacas ou renais e hipertensão arterial e o agravamento da doença provocada pelo SARS-CoV-2

O Infarmed esclareceu na sexta-feira que não há quaisquer evidências de que os medicamentos utilizados para tratar a hipertensão arterial e as doenças cardíacas ou renais agravem a infeção causada pelo novo coronavírus.

Em comunicado, o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde) e a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) sublinham que, atualmente, “não há evidências de estudos clínicos ou epidemiológicos que estabeleçam uma ligação” entre a medicação prescrita para tratar doenças cardíacas ou renais e hipertensão arterial e o agravamento da doença provocada pelo SARS-CoV-2.

Por essa razão, “é importante que os doentes não interrompam” o tratamento para estas doenças, prossegue a nota, acrescentando que “os especialistas no tratamento de doenças cardíacas e da hipertensão arterial, incluindo a Sociedade Europeia de Cardiologia, já emitiram declarações nesse sentido”.

O Infarmed explicou ainda que as várias autoridades, incluindo a EMA, estão a fazer uma “monitorização rigorosa da situação”, em colaboração com a “indústria farmacêutica, academia e as redes europeias”, de modo a “coordenar estudos epidemiológicos sobre os efeitos destes medicamentos” em pessoas que estão contagiadas.

A Autoridade Nacional do Medicamento deixa outro aviso: “É importante que os doentes que tenham alguma dúvida ou incerteza sobre os seus medicamentos falem com seu médico ou farmacêutico e não interrompam seu tratamento habitual”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 572 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 26.500.

Dos casos de infeção, pelo menos 124.400 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 318 mil infetados e mais de 18 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 9.134 mortos em 86.498 casos registados até quinta-feira.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).

Dos infetados, 354 estão internados, 71 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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