Henrique Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, revelou que o ritmo de infeção nos grupos etários mais jovens está a aumentar, apesar deste aumento, os contactos de risco não estão a acontecer dentro do espaço escolar. O especialista falava sobre as escolas “enquanto estruturas de vigilância” na reunião do Infarmed.
O risco de infeção está aumentado nas crianças e professores e profissionais quando os contactos de risco ocorrem fora da comunidade escolar", revelou.
Henrique Barros dá ainda conta de uma enorme variabilidade da taxa de infeção de turma para turma, o que sugere que o contacto de risco é feito fora do recinto escolar e sublinha que "as medidades de mitagação nas escolas funcionam".
O especialista admite que as crianças têm uma proporção de infeção “muito mais baixa”, quando comparada com os adultos que trabalham nas escolas. O que se traduz num aumento "muito pequeno" do número de casos nestas idades.
O cerco vacinal que está a vir dos mais velhos para os mais novos, deixa estas idades como as suscetíveis para a circulação do vírus”, alerta o especialista.
A leitura do especialista da Universidade do Porto sobre o momento atual da pandemia e o seu efeito nas escolas é a de que “o cerco vacinal que está a vir dos mais velhos para os mais novos deixa estas idades como as suscetíveis para a circulação do vírus” SARS-CoV-2.
No entanto, Henrique Barros relativizou a tendência de crescimento da infeção entre os mais jovens, uma vez que mesmo com a subida de casos nestas idades “o ruído acaba por ser maior do que o sinal dado. Ao contrário do que se verifica nos funcionários, que são adultos, nas crianças a proporção de marcador de infeção é muito mais baixa”.
Em Portugal, a pandemia de covid-19 já provocou 16.918 mortes entre os 827.765 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.