Um casal infetado com covid-19 ficou três dias sentado nas urgências do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, até receber tratamento. A mulher, apesar de estar positiva à doença, teve alta e foi para casa ao fim de 8 dias.
Depois de se passar aquelas portas de vidro, aquilo é um inferno lá dentro", recordou Ana Maria em declarações à TVI.
Já o marido, doente de risco, continua a receber oxigénio na enfermaria.
Está com tosse ainda. Sente-se um pouco cansado e ainda está a precisar do oxigénio”, revelou.
A experiência que viveu naqueles três dias marcaram-na profundamente. Ana Maria recordou as macas que “não paravam de chegar”, mesmo não havendo sítio para onde as pôr.
Parecia o Holocausto. Nunca na minha vida vi uma coisa tão complicada”, confessou. "Só quem sente na pele a dor do vírus é que sabe que isto não tem a facilidade de que as pessoas falam."
No meio de todo aquele caos, e com a situação do marido a piorar, um “pequeno grande gesto” de um enfermeiro acabou por fazer toda a diferença, ao arranjar um quarto para que o casal pudesse descansar, depois de três dias sentados no interior do serviço das urgências.
Os médicos, os enfermeiros e os auxiliares têm sempre um sorriso na cara, mesmo debaixo daquele desconsolo. São impressionantes aqueles seres humanos”, recordou Ana Maria. “Nunca nos faltou nada em termos médicos.”