Bento XVI: Santuário de Fátima assinala com missa fim do pontificado - TVI

Bento XVI: Santuário de Fátima assinala com missa fim do pontificado

Santuário de Fátima

Eucaristia está agendada para quinta-feira às 11:00 e será presidida pelo reitor do Santuário

O Santuário de Fátima vai assinalar na quinta-feira o fim do pontificado de Bento XVI com uma missa «em ação de graças». O dia será marcado pela normalidade na Cova da Iria, pois, além desta missa, nada mais está previsto para assinalar o dia da resignação de Bento XVI.

«O Santuário de Fátima une-se a toda a Igreja na ação de graças a Deus pelo imenso dom que concedeu na vida, no ministério e no pontificado do papa Bento XVI», lê-se numa nota divulgada pela instituição e citada pela Lusa.

A missa está agendada para as 11:00 e será presidida pelo reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, onde o papa, na visita a Portugal em 2010, rezou junto dos túmulos dos beatos Francisco e Jacinta Marto.

Na última sexta-feira, dia em que a Igreja Católica celebrou a Festa da Cadeira de São Pedro, o Santuário homenageou Bento XVI, com a divulgação de um filme de dois minutos e que pode ser visualizado nas páginas oficiais da instituição na Internet.

O templo mariano lembrou que o agradecimento era dirigido ao papa, ao seu pontificado e à «sua peregrinação à Cova da Iria» em maio de 2010.

Joseph Ratzinger esteve por duas vezes em Fátima. A primeira em outubro de 1996, presidindo às cerimónias da peregrinação aniversária ao Santuário, ainda como Prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé. A segunda, já como Pontífice, em maio de 2010.

Na primeira visita ao Santuário da Cova da Iria, o cardeal Ratzinger, uma das poucas pessoas que já lera o texto do chamado terceiro segredo de Fátima, guardado no Vaticano desde 1957 e que viria a ser revelado por vontade de João Paulo II em 2000, surpreendeu os peregrinos, ao afirmar: «O segredo, na realidade, não se ocupa com a grande história do mundo para informar sobre coisas com que um dia nos possamos deparar».

Na altura, disse que o texto «não é um ensinamento de história futura, mas uma ajuda e uma educação da fé».

«A verdadeira vontade da Senhora é convidar à conversão, à fé simples e sem especulações sobre o futuro», disse o Ratzinger.

Esta passagem de Ratzinger por Fátima ficou ainda assinalada pelo sublinhado que fez sobre o papel dos «pequeninos, os menores, os sem voz» na transmissão da mensagem de Maria.

Na visita a Portugal em 2010, durante a viagem de Roma para Lisboa, assumiu perante os jornalistas «os pecados internos da igreja» no caso dos abusos sexuais cometidos por religiosos católicos.

Numa ocasião em que os escândalos de pedofilia no seio da Igreja Católica faziam manchetes em diversos países, como a Bélgica, a Irlanda ou os Estados Unidos da América, Bento XVI, ainda no avião papal que o trouxe a Lisboa, no dia 10 de maio, disse que «a maior perseguição à Igreja» não vem de «inimigos de fora, mas nasce do pecado da Igreja».

Esta declaração fez aumentar o nível da expectativa em relação à visita de quatro dias que levou o papa ao contacto com peregrinos em Lisboa, Fátima e Porto.

Os encontros com os agentes da cultura, em Lisboa, ou os católicos empenhados na ação social, em Fátima, constituíram momentos altos da passagem de Ratzinger por Portugal em 2010.
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