Porque João Paulo II mudou a sua imagem de Fátima - TVI

Porque João Paulo II mudou a sua imagem de Fátima

Papa João Paulo II

Antigo secretário do Papa revelou que atentado falhado na Praça de São Pedro despertou a sua admiração pelos peregrinos portugueses

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O antigo secretário de João Paulo II Stanislaw Dziwisz revelou esta terça-feira que o atentado falhado na Praça de São Pedro, em Roma, mudou a visão do anterior Papa sobre Fátima, despertando a sua admiração pelos peregrinos portugueses, noticia a agência Lusa.

O agora cardeal-arcebispo de Cracóvia encontra-se em Portugal para assinalar os 40 anos da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e a abertura da exposição «Karol Wojtyla - a fé, o caminho, a amizade. Excursões com os amigos (1952 - 1954)».

Numa conversa com os jornalistas na Embaixada da Polónia, o purpurado e antigo secretário pessoal do Papa, recordou João Paulo II como «um homem de grande pensamento e sobretudo de grande oração», abordando a sua ligação a Fátima e da tentativa de atentado durante a sua primeira visita a Portugal a de 12 de Maio de 1982.

Recordou ainda as três vezes que esteve em Fátima a acompanhar o Santo Padre e falou da sua afeição pelo homem que acompanhou durante 38 anos.

«Posso dizer que tenho uma grande recordação das três visitas do Papa a Portugal» e «não posso esquecer quando veio para agradecer à Nossa Senhora de Fátima pela sua vida», começou por contar Stanislaw Dziwisz.

Karol Wojtyla, crente de Nossa Senhora de Fátima

O cardeal polaco adiantou que João Paulo II estava convicto que a Nossa Senhora de Fátima o «salvou do grande perigo que foi o atentado na Praça de São Pedro», a 13 de Maio de 1981, protagonizado pelo turco Ali Agca.

Nas palavras do cardeal polaco, este momento mudou a atitude de João Paulo II sobre Fátima: «antes do atentado, não se ocupava muito da mensagem de Fátima, mas certamente conhecia o Santuário e sabia da devoção a Nossa Senhora, muito difundida em todo o mundo».

«Mas logo depois do atentado na Praça de São Pedro, a sua atitude mudou. Ficou convencido que a Nossa Senhora de Fátima o salvou e ele mesmo entrou no segredo da mensagem de Fátima», sublinhou.

Portugal era muitas vezes motivo de conversa entre Stanislaw Dziwisz e Karol Wojtyla, sobretudo nas datas de 13 de Maio e 13 de Outubro, ocasião em que o Santo Padre se dirigia à varanda na Praça de São Pedro e rezava e cantava o «Avé Maria».

«Isso aproximava-o do povo português», disse Stanislaw Dziwisz, contando que João Paulo II admirava a devoção dos fiéis a Nossa Senhora de Fátima, com milhares de pessoas a rezar em uníssono.

Sobre a admiração das pessoas por João Paulo II, o cardeal polaco disse que continua a haver uma «contínua procissão de pessoas que continuam a acorrer à sua sepultura para rezar por ele».

«Ele pouco falava nos últimos anos de vida, mas sentia muito. Era muito sensível ao sofrimento dos outros e rezava por eles, mesmo até durante as audiências», lembrou com saudade.

Sobre a beatificação de João Paulo II, o cardeal polaco afirmou apenas que «a decisão principal foi tomada, esperamos os sinais do céu».
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