O Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, foi vaiado este domingo por um grupo de ex-paraquedistas, em Aveiro, no âmbito das celebrações do Dia do Exército.
Os paraquedistas consideram que estão a ser destratados, uma vez que foi proibido que usassem no desfile o habitual cântico "Ó Pátria Mãe".
Estou aqui pelos meus irmãos que foram impedidos de cantar o 'Ó Pátria mãe', desfilar à paraquedista, marchar à paraquedista (...) isto é o poder político, alguém de esquerda disse que é um grito racista e então todos pagaram por tabela", disse um soldado ex-paraquedista à TVI24.
Dizem ainda que as tradições militares "não são negociáveis".
O Ministro da Defesa fez-se acompanhar pelo Chefe do Estado Maior do Exército (CEME), general José Nunes da Fonseca, que foi igualmente vaiado durante todo o discurso.
"Palhaço", "és um vendido", "vai para casa", “deixa os homens cantar” foram alguns dos principais gritos ao longo de todo o protesto.
A nossa boina verde custou a ganhar. Nós fizemos missões em nome de Portugal e este senhor general não merece estar no lugar em que está. Isto é um insulto para os paraquedistas que perderam a vida em nome de Portugal", disse um outro soldado paraquedista.
No final, chegaram mesmo a pedir a demissão do Ministro da Defesa e do Chefe do Estado Maior do Exército.
Questionado pelos jornalistas, no final da cerimónia, Cravinho escusou-se a comentar o protesto, limitando-se a dizer que este foi um “excelente dia de celebração e de agradecimento”.
Isto foi um ano extraordinário, muito difícil para as forças armadas e para o exército e, portanto, ter aqui hoje esta oportunidade de agradecer ao exército português para mim foi um privilégio”, disse o governante.
No final da cerimónia, a PSP identificou vários dos antigos militares que se encontravam no protesto.