Médicos questionam legalidade da paralisação dos enfermeiros - TVI

Médicos questionam legalidade da paralisação dos enfermeiros

  • 28 jun 2017, 14:14
Parto

Bastonário da Ordem dos Médicos duvida da legalidade da paralisação dos blocos de parto pelos enfermeiros especialistas, por ser uma atividade em contexto de serviço de urgência que não pode deixar de ser prestada à população

O bastonário da Ordem dos Médicos duvida da legalidade da paralisação dos blocos de parto pelos enfermeiros especialistas, por ser uma atividade em contexto de serviço de urgência que não pode deixar de ser prestada à população.

Isto pode afetar o funcionamento dos hospitais. Eu não consigo entender, como cidadão, como é que é possível os enfermeiros especialistas na área da obstetrícia pararem num contexto que é o contexto de serviço de urgência”, afirmou Miguel Guimarães em declarações à agência Lusa.

O bastonário lembra que os serviços de urgência continuam a funcionar mesmo quando é convocada uma greve por parte dos profissionais de saúde, porque as urgências, onde se incluem os partos, estão consagradas nos serviços mínimos a garantir.

"As consequências para a população serão muito graves se não forem tomadas precauções, mas eu tenho a certeza absoluta que o ministro da Saúde vai tomar precauções”, afirmou.

O bastonário dos Médicos reconhece que as reivindicações dos enfermeiros especialistas são justas, mas duvida da legalidade da paralisação da atividade em urgência, como no caso dos partos.

Eu acho que o protesto é justo, embora não me deva meter nestas questões, para isso existe a bastonária dos Enfermeiros. Julgo que é justo, mas julgo também que o pararem esta atividade em contexto de serviço de urgência, não vejo que isso seja legal”, declarou.

Contudo, o bastonário salienta que os médicos podem fazer partos e que não deixarão de dar a assistência necessária às mulheres que precisem, mesmo que faltem elementos na equipa.

“Se faltar uma pessoa da equipa não damos assistência às mulheres?”, questionou Miguel Guimarães, insistindo que é impossível não atender a uma mulher que entra em trabalho de parto e recorre a um serviço de urgência.

Os enfermeiros especialistas ameaçam deixar de prestar serviços especializados a partir de segunda-feira, por não serem remunerados de acordo com a categoria em que exercem.

Uma das consequências pode ser, segundo a Ordem dos Enfermeiros, o encerramento dos blocos de parto, onde estes profissionais exercem estas funções especializadas em dezenas de hospitais.

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