Bom Jesus de Braga candidato a Património da Humanidade

A Câmara de Braga anunciou hoje ter sido apresentada na segunda-feira, em Lisboa, a candidatura do Bom Jesus a Património Mundial da Humanidade na Comissão Nacional da Unesco.

O vereador do Património da Câmara de Braga, Miguel Bandeira, destacou a importância desta candidatura adiantando que, para poder dar início ao processo, foram necessárias "algumas alterações em sede de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), nomeadamente a eliminação da estrada que estava prevista para as proximidades do Bom Jesus".

Em comunicado, a autarquia acrescenta que o mesário da Confraria do Bom Jesus, Varilo Pereira, considerou que esta apresentação em Lisboa "foi um passo fundamental", uma vez que permitiu demonstrar a real dimensão do Bom Jesus a quem analisa as candidaturas.

As obras de reabilitação do santuário, calculadas em dois milhões de euros pretenderam, segundo o presidente da Confraria do Bom Jesus, Varico Pereira, "criar as condições necessárias para o sucesso da candidatura" do Bom Jesus do Monte a Património Mundial.

Uma parte da intervenção incidiu na requalificação da fachada e na substituição do telhado do templo, que estava danificado.

O Santuário do Bom Jesus do Monte é constituído por um conjunto arquitetónico e paisagístico que integra uma igreja, um escadório onde se desenvolve a via-sacra, uma área de mata com 55 hectares, alguns hotéis e um funicular.

A coordenadora da candidatura a Património Mundial, Teresa Anderson, já se manifestou confiante no sucesso da iniciativa e lembra que a fundamentação da história é um dos fatores que mais pesam nas decisões da Unesco.
 

"Trata-se de um lugar único, com uma história de 600 anos, muito bem fundamentada" em várias fontes de informação, com material de natureza monográfica e iconográfica."

A especialista disse ainda que a UNESCO também dá muita importância à questão da gestão do património a classificar, para que ele não venha a ficar ao abandono.

"Também esta questão está garantida, já que o santuário é gerido pela Confraria do Bom Jesus", acrescentou.

Além disso, o investimento no santuário demonstra que há quem continue a velar por aquele património.

A "concentração de arte" e de "muito engenho técnico" é outro dos trunfos desta candidatura.

O arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, também já manifestou "fé" no sucesso da candidatura, considerando que o Bom Jesus integra um património "de valor incalculável".

Como sublinhou, os milhares de turistas que ali vão anualmente são a prova da "dimensão mundial" do santuário.