O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu este domingo que a demissão do Governo é uma «urgência nacional» e que a substituição de ministros não é suficiente, porque «remendo novo em pano velho não resulta».
«É preciso derrotar este Governo antes que este Governo dê cabo do resto. A sua demissão transforma-se numa urgência nacional», afirmou Jerónimo de Sousa, ao discursar no final de um almoço-convívio em Viseu.
O líder comunista criticou que, «com o tempo e com o terreno a fugir-lhe debaixo dos pés», o Governo vá «ensaiando uma manobra, pondo como lebres de corrida os comentadores do costume», a anunciar que a solução passa por uma remodelação governamental, substituindo um ou outro ministro «mais queimado para ganhar um novo fôlego».
«Diz o povo, e com razão, que remendo novo em pano velho não resulta. O mesmo acontecerá com uma remodelação que não tem sentido, porque não resolve coisa nenhuma», frisou.
Na sua opinião, demitir o Governo e «devolver a palavra ao povo através de eleições é a primeira coisa a fazer no futuro próximo».
Jerónimo de Sousa criticou ainda o secretário-geral do PS por, a seguir ao anúncio da moção de censura ao Governo, ter garantido que vai manter os compromissos internacionais.
«Veio logo a correr, e creio que até escreveu à ¿troika¿, a dizer que vai manter os seus compromissos internacionais, ou seja, que vai manter a sua identificação e subscrição com o chamado pacto de agressão. Mau sinal», considerou.
Para o secretário-geral do PCP, «o primeiro compromisso a assumir é com os portugueses, com o país, antes de qualquer responsabilização perante a 'troika' e um acordo ilegítimo».
Neste âmbito, defendeu a «necessidade de uma política patriótica e de esquerda que consiga retomar os caminhos da esperança» em Portugal.
«É necessária outra política. É fundamental romper com esta política de direita e rejeitar este pacto de agressão», defendeu, apelando aos portugueses para que acabem com «a requentada alternância» entre PS e PSD.
Jerónimo de Sousa está convencido de que, «enquanto for aplicado esse pacto de agressão» em Portugal, «não há possibilidade de enveredar pelo caminho do crescimento, do desenvolvimento económico e da criação de emprego».
«É um pacto de agressão rígido, duro como punhos, que impõe os despedimentos, a redução de salários, a redução das reformas e das pensões e o aumento dos impostos, com metas e com objetivos. E é por isso que a situação, cada vez mais, se está a agravar», acrescentou.
Remodelação? «Remendo novo em pano velho não resulta»
- Redação
- 24 mar 2013, 16:43
Jerónimo de Sousa diz que a «demissão do Governo é uma urgência nacional»
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