Externato: «Estes papás resolveram pôr tudo em perigo» - TVI

Externato: «Estes papás resolveram pôr tudo em perigo»

Pais mostram-se revoltados com a atitude dos progenitores do bebé de 18 meses

O ambiente no «Externato das Pedralvas», em Benfica, é de revolta e preocupação. Os pais mostram-se revoltados com a atitude dos pais do bebé de 18 meses que contraiu Gripe A depois de ter estado no México.

Segundo uma mãe, foi uma «irresponsabilidade» dos «pais que vão para o México trazerem um bebé doente para dentro da escola», pois puseram «400 crianças em risco».

A escola alertou os pais esta segunda-feira para um caso de gripe A, num bebé de 18 meses regressado do México. Segundo a directora do externato, Ana Maria Seixas, o caso foi comunicado à delegada de saúde que «disse que como só havia um caso não havia necessidade de encerramento». No entanto, a situação alterou-se «durante a madrugada» assim como a decisão de encerrar a escola.

«Ao sabermos destes casos hoje decidiu-se que o colégio seria fechado e a própria delegação de saúde também achou que teríamos de fechar», afirma Ana Maria Seixas.

«Pais estão todos informados»

No «Externato das Pedralvas» foram realizadas várias sessões de esclarecimento durante esta terça-feira, depois das «parcas indicações» do dia anterior, refere Ivo Doroteia, pai de uma aluna.

No entanto, a directora do Externato afirmou que «ontem os pais foram todos informados, estão esclarecidos sobre a situação, porque se fala imenso sobre o assunto», acrescentando que se encontra na escola uma equipa de «médicos, enfermeiros e paramédicos» e dois elementos do Ministério da Educação «muito úteis para elucidar e dar o apoio preciso aos pais».

Segundo Isabel Ferreira, as pessoas estão a ser recebidas nas salas para receber informações sobre a gripe e um kit que contem Tamiflu «para quem quiser», seringas, informações escritas, máscaras cirúrgicas, uma folha para registo da febre e um saco biológico.

«O saco biológico serve para deitar fora tudo o que tenha a ver com o Tamiflu, restos de Tamiflu, compressas, seringas», explica a mãe de uma menina de oito anos, acrescentando que a folha de registo de febre serve para fazer um registo durante sete dias «porque a febre é o sintoma predominante e pode aparecer a qualquer momento». Caso isso aconteça, os pais foram aconselhados a ligar para a Linha de Saúde 24.

Tamiflu não está disponível nas farmácias

No entanto, apesar de o Tamiflu estar a ser distribuído gratuitamente na escola, Cátia Freitas, mãe de uma criança de dois anos, mostrou-se alarmada pelo medicamento não estar a ser comercializado nas farmácias. A mãe alertou que este não está a ser vendido e que quem não tenha acesso a ele na escola pode não o conseguir comprar.

Apesar disso a mãe referiu que «está tudo muito bem, as pessoas estão a ficar muito assustadas sem necessidade, são medidas de prevenção, é natural, é assim que tem que ser feito».

«Fiquei alarmada até chegar e falar com a directora da escola e ter percebido o que tinha acontecido», avança Cátia Freitas.

Crianças assustadas, pais desorientados

No entanto, não foram só os pais que ficaram alarmados com a situação. Uma mãe, que não quis ser identificada, revelou que o filho mais velho, de oito anos, «está com medo» e pergunta se «a doença mata e se não mata quais são os sintomas e vem perguntar se tem febre», porque «estes papás resolveram pôr tudo em perigo».

Para esta mãe, o acto foi tomado de «maneira consciente» e colocou em risco «não só a vida do filho deles, como toda uma estrutura e a vida de todas as pessoas», revela a mãe.

Outra consequência deste surto de gripe no externato é o facto deste ir estar encerrado durante duas semanas, o que vem complicar a vida de muitos pais.

«Vai ser complicado quer em termos pessoais, quer em termos profissionais», revela Marco Cardoso, acrescentando que um dos progenitores vai ter «que faltar ao trabalho para ficar com a filha».
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