Borba: sonar da Marinha "não detetou nada de relevante" - TVI

Borba: sonar da Marinha "não detetou nada de relevante"

  • JGF com Lusa
  • 23 nov 2018, 20:42

Veículo submarino não encontrou os carros que terão caído no dia da derrocada

A Marinha Portuguesa conseguiu utilizar, esta sexta-feira, um veículo submarino com controlo remoto para ajudar nas buscas nas pedreiras atingidas pelo deslizamento de terras e colapso de uma estrada em Borba, mas não foi detetado “algo de relevante”.

A Marinha enviou na quinta-feira uma equipa com seis elementos - dois oficiais, um sargento e três praças mergulhadores - e um veículo submarino com controlo remoto, que tem um sonar para ajudar nas buscas na pedreira.

Mais tarde, foi também encaminhada para o local uma outra equipa do Instituto Hidrográfico, com sete militares, que transportou um veículo submarino com controlo remoto, um sonar de pesquisa lateral e um sonar de feixe simples.

O comandante Fernando Fonseca, porta-voz da Marinha, disse à agência Lusa que os militares e o material ficaram prontos para operar na pedreira quando tal fosse decidido, o que acabou por só ocorrer hoje, devido a “questões meteorológicas e de segurança”.

Em termos de resultados dos trabalhos, os equipamentos acabaram por funcionar, deram algumas leituras e conseguiu-se perceber os degraus que a pedreira tem na parte submersa”, afirmou, explicando que ambas as equipas estiveram em ação.

O veículo submarino com controlo remoto é, normalmente, utilizado no mar, rios e algumas albufeiras e tem como principal função descobrir minas que estejam fundeadas, o que levantou algumas dúvidas em relação ao sucesso da operação devido ao espaço tão confinado em que tinha de operar.

Segundo o porta-voz da Marinha, existe “muito ruído” na receção dos sinais emitidos pelo aparelho, devido à “morfologia da água e quantidade de material em suspensão” que existe no local.

Recebemos muito ruído, causado pelo conjunto de detritos e pelo espaço exíguo onde estamos a operar, mas não foi detetado algo relevante para as buscas”, explicou, referindo que o equipamento utilizado tem cerca de metro e meio de comprimento.

Os trabalhos nas buscas efetuados pela Marinha foram interrompidos durante a tarde de hoje, mas os militares vão permanecer em Borba.

Foram interrompidas durante a tarde, tendo em conta que houve outra operação em curso que não era compatível, e estamos prontos para sábado utilizar estes equipamentos, se assim for decidido por quem está a coordenar as operações no terreno”, salientou.

O deslizamento de um grande volume de terras e o colapso de um troço da estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, para o interior de poços de pedreira ocorreu na segunda-feira às 15:45.

Segundo as autoridades, o colapso de um troço de cerca de 100 metros da estrada terá arrastado para dentro da pedreira contígua, com cerca de 50 metros de profundidade, uma retroescavadora e duas viaturas civis, um automóvel e uma carrinha de caixa aberta.

Na terça-feira à tarde foi retirado o corpo de um dos dois mortos confirmados, havendo ainda três pessoas dadas como desaparecidas.

Autoridades removem blocos de rocha para procurar 2.ª vítima mortal

O comandante distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Évora disse hoje que "todo o trabalho de desobstrução" de rochas, na pedreira em Borba, incide na área onde se supõe estar o corpo da segunda vítima mortal confirmada.

Aquilo que temos identificado é um local aproximado onde essa vítima possa estar, de acordo com a indicação que foi fornecida pelos colaboradores [da pedreira], é só isso que nós temos. E é nesse local que estamos a desenvolver todo o trabalho de desobstrução", afirmou José Ribeiro, em declarações aos jornalistas.

Segundo o comandante operacional, o trabalho de desobstrução para procurar localizar o segundo trabalhador morto é "muito difícil e demorado", porque implica "remover blocos [de rocha] de alguma dimensão" com a utilização de uma grua.

No único ponto de situação sobre as operações de socorro, realizado hoje, o CODIS de Évora considerou que os trabalhos decorrem "conforme o planeado", com "avanços significativos, passo a passo nas várias áreas", e, ao fim de cinco dias, sem nenhum acidente entre os operacionais.

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