Médicos: 20 vagas por preencher - TVI

Médicos: 20 vagas por preencher

Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes

Bastonário desvaloriza números do concurso para o internato

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O Bastonário da Ordem dos Médicos afirmou este domingo que o não preenchimento de 20 vagas no concurso para o internato médico, das quais 11 preferenciais, não é significativo, mas defendeu a necessidade de tornar mais atractivas algumas especialidades.

«20 em pouco mais de 1000 vagas representa cerca de dois por cento e não é significativo. Penso que não se podem tirar ilações de números tão pequenos. A haver vagas que não ficam preenchidas é natural que sejam as preferenciais, com maior dificuldade de ocupação», afirmou Pedro Nunes, em declarações à Lusa.

De um total de 1026, 20 vagas ficaram por preencher, das quais 11 eram preferenciais e destinavam-se a fixar médicos em zonas carenciadas através da atribuição de bolsas de 750 euros, com a condição dos clínicos permanecerem no mesmo local durante, pelo menos, o período equivalente ao internato.

Pedro Nunes recordou que as vagas são abertas em função do número de candidatos e que alguns alunos podem ter optado por ir para o estrangeiro, adoeceram ou preferiram esperar pelo concurso do próximo ano. Por outro lado, lembrou que as vagas preferenciais também implicam «compromissos».

«Há colegas que por razões pessoais e familiares querem especificamente uma especialidade. Quando não conseguem preferem estar um ano a estudar para o próximo concurso do que fazer a vida toda uma especialidade que não querem», ressalvou.

As especialidades que ficaram por preencher foram Saúde Pública (sete), Anatomia Patológica (seis), Medicina Geral e Familiar (cinco), Patologia Clínica (uma) e Radioterapia (uma).

Medicina Geral e Familiar, uma das áreas mais carenciadas, abriu 318 do total de 1026 vagas, 30 por cento, das quais 179 eram preferenciais.

« Temos consciência de que a maior dificuldade de acesso a médico de família passa-se à volta das grandes cidades. Houve uma migração maior das populações para as grandes cidades, com abandono do interior, que o serviço público não acompanhou», afirmou.

Segundo o Bastonário da Ordem dos Médicos, que sublinhou não ter ainda verificado os resultados do concurso com a devida atenção, é necessário «estimular os médicos» a escolherem as especialidades mais carenciadas.

«Não pode ser de outra forma. Quer dizer torná-las mais atractivas do ponto de vista financeiro, de carreira e do ponto de vista da segurança profissional», defendeu.
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