Governo exige respostas sobre o que aconteceu em Pedrógão Grande - TVI

Governo exige respostas sobre o que aconteceu em Pedrógão Grande

  • VC
  • 20 jun 2017, 07:45

Já está dominado 70% do fogo. Governo quer esclarecimentos do IPMA e do SIRESP para perceber o que aconteceu no sábado fatídico

O Governo exige esclarecimentos sobre as circunstâncias do incêndio em Pedrógão Grande às entidades competentes. O primeiro-ministro assinou um despacho a solicitar a posição do IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera e também do SIRESP - Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal.

Para saber as condições atmosféricas e climáticas naquele dia, o que é que houve de anormal, o que é que há para ser explicado”.

Estas declarações referentes ao pedido de António Costa são do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que no  programa Prós e Contras, da RTP, disse que o chefe de Governo quer saber  também “se houve falha de comunicações do sistema do Estado", o SIRESP.

Pediu esclarecimentos sobre o encerramento ou não encerramento da Estrada Nacional onde se deu o fatídico caso”.

Trata-se da Estrada Nacional (EN) 236-1, apelidada agora de “estrada da morte”, onde morreram dezenas de pessoas encurraladas pelas chamas entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.

Depois de três dias infernais no distrito de Leiria, a Proteção Civil acredita agora que o incêndio, que começou no sábado, em Pedrógão Grande, possa ser dado como dominado até ao final da manhã. É esperar que as condições atmosféricas não se compliquem, mas a Proteção Civil avisa que continuam "adversas". 

O fogo, o maior de sempre em Portugal com 26 mil hectares ardidos, já matou 64 pessoas e feriu 157.  O luto nacional foi decretado até hoje, sendo que as equipas no terreno tentam fazer com que as localidades afetadas voltem, aos poucos, a reerguer-se. 

Água e luz repostas em Figueiró dos Vinhos

A maioria das localidades de Figueiró dos Vinhos já conta com a reposição de água e luz. Este é um dos concelhos mais afetados pelo incêndio. "A resposta mais básica, de um modo geral, já está assegurada" na maioria do concelho, relatou fonte da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, citada aqui pela Lusa.

Com "quilómetros e quilómetros" de cabos de eletricidade ardidos, árvores caídas a obstruírem a rede viária do concelho e danos na rede de abastecimento de água, o município, juntamente com as entidades responsáveis, tem conseguido garantir uma reposição "gradual e em contínuo".

Face à magnitude dos estragos, a EDP tem conseguido suprir os danos e houve prontidão na resposta, que restabeleceu a luz com recurso a geradores. As soluções têm sido relativamente rápidas. O município não parou e todos os funcionários têm prestado apoio nos mais diversos serviços".

Num plano geral, tem também "havido resposta" na reposição da rede de abastecimento de água, que também sofreu danos com o incêndio.

No entanto, à medida que as pessoas regressam a casa, são reportados novos problemas que têm de ser resolvidos. Ao mesmo tempo, e face a alguns reacendimentos no concelho, ainda "não é possível respirar de alívio".

Há dezenas de deslocados e está por calcular o número de casas e viaturas destruídas. A Comissão Europeia poderá comparticipar até 95% as despesas de reconstrução das áreas afetadas. O Governo já assegurou que serão canalizados fundos europeus para este efeito.

Para se ter uma ideia da dimensão dos danos, a área ardida no incêndio do Pedrógão Grande representa três vezes a dimensão de Lisboa (8.500 hectares) e seis vezes a do Porto (4.200 hectares).

Situação bastante complicada em Góis

Além de Pedrógão Grande, existem quatro grandes fogos a lavrar nos distritos de Leiria, Coimbra e Castelo Branco. Neste momento, as chamas em Góis e Pampilhosa da Serra preocupam e mobilizam meios aéreos.

O fogo de Góis à União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal, depois de estar “praticamente dominado” na freguesia de Alvares. A presidente da Câmara de Góis, Lurdes Castanheira., mostra-se bastante preocupada.

Nós temos uma situação grave e se calhar pode passar a ser gravíssima porque o incêndio passou de Pampilhosa da Serra. Ficou praticamente dominado na freguesia de Alvares [em Góis], mas passou do concelho de Pampilhosa da Serra para uma outra freguesia do concelho de Góis e neste momento lavra com alguma intensidade”

O município de Góis faz fronteira com Pedrógão Grande e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e com o concelho da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, para onde as chamas progrediram, após deflagrarem no sábado, em Fonte Limpa.

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