Três semanas depois do incêndio em Pedrógão Grande, entra esta segunda-feira em vigor o gabinete operacional de restauro e reconstrução. Este gabinete vai coordenar a distribuição de roupas, alimentação e reconstrução das habitações.
O presidente da câmara, Valdemar Alves, explicou à Lusa que o gabinete vai funcionar na Casa Municipal da Cultura.
Haverá uma linha de apoio direto para os munícipes, abrangendo todas as áreas "que tenham a ver com toda esta sinistralidade" provocada pelo fogo que deflagrou a 17 de junho.
Para este serviço, que vai funcionar em paralelo com os serviços municipais, a Câmara contratou três pessoas e recorreu a três contratos de emprego-inserção do Instituto de Emprego e Formação Profissional.
"O gabinete vai ter um responsável por setor, que trata a informação recebida e atua em conformidade", aidantou ainda Valdemar Alves.
Os fuzileiros ajudaram a criar um programa informático para registar a distribuição de roupas e alimentação pela população, entre outros apoios.
O fundo de apoio criado pelo Governo
A propósito, o fundo de apoio às populações e áreas afetadas pelos incêndios de Pedrógão, da competência do Governo, foi oficialmente lançado no sábado. O conselho de gestão será nomeado até quinta-feira.
Os donativos do fundo REVITA, segundo o diploma publicado em Diário da República, destinam-se “prioritariamente” ao apoio às populações afetadas pelos incêndios. O dinheiro será empregue “nomeadamente em reconstrução ou reabilitação de habitações, apetrechamento das habitações (designadamente mobiliário, eletrodomésticos e utensílios domésticos).
Também apoiará outras necessidades de apoio desde que devidamente identificadas e que não estejam cobertas por “medidas de política pública”, em vigor ou de carater extraordinário, dirigidas às áreas e populações afetadas pelos incêndios”.
Os donativos do fundo podem ser afetos aos municípios, nos quais ocorreram os incêndios em junho passado, de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrogão Grande, “quando estes assumam junto dos beneficiários finais as responsabilidade pela concretização dos fins e objetivos” a que se destina o fundo.
O Governo indicou que vai criar um Portal do Fundo, para garantir a transparência do processo. Porém, questionado pela TVI24, dias antes da oficialização do fundo, o Ministério da Solidariedade não respondeu quando é que o dinheiro vai chegar às pessoas, nem qual a melhor entidade para o receber e canalizar.
Uma novidade, esta vinda das câmaras municipais de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, é que a água utilizada pelos municípes, durante o combate ao incêndio de 17 de junho, não vai ser cobrada. Mais: vem aí uma redução de tarifas para as populações.
Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
Os fogos, que provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos, só foram extintos uma semana depois. Terão afetado aproximadamente 500 imóveis, 205 dos quais casas de primeira habitação.