“Estas coisas tratam-se no inverno" - TVI

“Estas coisas tratam-se no inverno"

  • 18 jun 2017, 12:24

Defendeu o especialista em planificação florestal Pedro Cortes

O especialista em planificação florestal Pedro Cortes defende que a problemática dos incêndios deve ser “tratada no inverno” e lembrou que a reativação dos sistemas agroflorestais é um trabalho para vários anos.

Em declarações hoje à agência Lusa, Pedro Cortes ressalvou que perante a tragédia em Pedrógão Grande não seria sensato apontar culpas ou dissecar responsabilidades.

Contudo, apontou como uma das razões estruturais para a problemáticas dos incêndios em Portugal a desativação do sistema agroflorestal e das práticas agrícolas clássicas, em parte devido à inviabilidade económica de manter a atividade.

“O nosso clima é um inimigo, um inimigo sem nome. Temos de aprender a gerir o território. É um trabalho de vários anos de reativação do território e os projetos que têm sido feitos nesse sentido deviam ser acarinhados”, afirmou o especialista em planificação e defesa do espaço rural contra incêndios.

O perito diz que há vários aspetos a resolver na gestão do território, que há anos que vão sendo identificadas, nomeadamente enfrentar os problemas estruturais do abandono territorial.

Pedro Cortes sublinha que “não é de um ano para o outro” que se faz esta recuperação do território, sendo mesmo um “trabalho de vários anos”.

“Estas coisas tratam-se no inverno. E é no inverno que devemos falar delas. Não é sensato fazê-lo neste momento, que é dramático”, afirmou, referindo-se ao incêndio em Pedrógão Grande que causou pelo menos 57 mortos.

O fogo de Pedrógão Grande deflagrou ao início da tarde de sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), e alastrou-se aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, obrigando a evacuar povoações ou deixando-as isoladas.

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