Pedrógão: MP investiga morte de acamado a 15 de julho - TVI

Pedrógão: MP investiga morte de acamado a 15 de julho

  • EC
  • 26 jul 2017, 08:14
Incêndio em Pedrógão Grande

Reformado de 82 anos faleceu devido a um agravamento das suas condições de saúde, após o incêndio de Pedrógão Grande. Filho diz que o fogo "não foi causa direta" da morte, "mas foi indireta"

José Rosa Tomás, reformado em Nodeirinho que estava acamado, viu a sua condição piorar após a passagem do incêndio de Pedrógão Grande, tendo falecido a 15 de julho, situação que o Ministério Público vai investigar.

O reformado da PSP, de 82 anos, estava acamado sem andar "há mais de um ano" com um quadro de multipatologia, sofrendo de problemas respiratórios e de hipotensão, sendo que no dia 17 de junho, quando as chamas chegaram a Nodeirinho, aldeia de Pedrógão Grande, a sua condição piorou, disse à agência Lusa o filho, Alfredo Tomás, de 55 anos, que considera que o seu pai é uma "vítima indireta" das chamas que lavraram na região.

O Ministério Público, em comunicado divulgado na terça-feira, explica que a morte de José Rosa Tomás, "até ao momento, não está sinalizada como diretamente relacionada com o incêndio", mas que não vai deixar de "recolher elementos com vista a definir todas as circunstâncias em que a mesma ocorreu".

No dia 17 de junho, um anexo da casa junto ao quarto de José Rosa Tomás ardeu por completo e, no quarto onde o reformado estava deitado, "o fumo entrou" - cheiro que ainda não desapareceu por completo da divisão.

Isto escaldava. A parede escaldava", sublinhou Alfredo, que acabou por retirar o pai do quarto e levá-lo para outra divisão.

Segundo o filho, o pai já tinha uma situação clínica frágil, mas o fumo e o facto de ter vivido momentos tensos "pioraram a condição" de José Rosa Tomás, que trabalhou grande parte da vida adulta em Sintra, na PSP, tendo decidido passar a sua reforma em Nodeirinho, localidade onde tinha casado.

Logo a 18 de junho, Alfredo Tomás levou o pai até ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Esteve lá umas horas e deram-lhe alta", relata o filho da vítima, que voltou a levar o pai ao CHUC quando este estava "com muita dificuldade em respirar", para voltar a receber alta "passadas cinco ou seis horas".

"Não concordo que não o tenham internado", frisa, referindo que a 10 de julho o pai deu entrada nos cuidados continuados em Figueiró dos Vinhos, para no dia seguinte o informarem que tinham enviado José Rosa Tomás "para o Hospital dos Covões", em Coimbra.

Passados dois dias, recebeu informação do hospital que "a situação estava crítica" e, a 15 de julho, por volta das 17:45, José Rosa Tomás viria a falecer, relatou, dizendo que não lhe foi referida qual a causa de morte do pai.

A agência Lusa tentou obter informações junto do CHUC, que se escusou a divulgar informação clínica.

O incêndio "não foi causa direta, mas foi indireta. Isso foi", frisa o filho.

A 17 de julho, realizou-se o funeral de José Rosa Tomás, no cemitério de Vila Facaia, de onde era natural.

 

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