Situação piora em Pedrógão - TVI

Situação piora em Pedrógão

Autoridades pensavam que conseguiriam dominar incêndio no distrito de Leiria ao final da manhã, mas não conseguiram. Várias aldeias tiveram de ser evacuadas

O fogo que, desde sábado, lavra no concelho de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, obrigaram já à evacuação de 13 aldeias na zona Este do incêndio, disse esta terça-feira à tarde uma fonte da Proteção Civil.

Em declarações aos jornalistas, Richard Marques explicou que as elevadas temperaturas provocaram reativações do incêndio e sublinhou que a principal preocupação foi retirar as pessoas que habitam em povoações que se situam na zona Este do incêndio, como medida de precaução.

O responsável da proteção civil sublinhou ainda que o fogo naquela zona está mais ativo, mas estão a ser afetados meios aéreos e meios terrestres suficientes para que possa ser debelado.

No teatro de operações, encontram-se 1.207 operacionais, apoiados por 405 veículos e 13 meios aéreos. 

No terreno, estão também 12 máquinas de rasto. “O que permite que estejamos já a tratar da consolidação do perímetro nas zonas onde isso seja possível”, explicou o mesmo responsável.

A expetativa que havia de manhã em relação ao incêndio em Pedrógão Grande não se concretizou. "Não podemos dar incêndio como dominado", informou o comandante operacional Vítor Vaz Pinto, aos jornalistas, ladeado pela ministra da Administração Interna. Num novo ponto de situação, soube-se que o número de feridos aumentou para 160. Sete deles são feridos graves e 40 pessoas foram retiradas das suas casas.

Os trabalhos, desta vez, não tiveram o sucesso da noite. O ponto sensível ainda não está extinto. Não podemos dar o incêndio como dominado. Os lugares em causa são Ouzenda, Louriceira e Tojeira, todos no concelho de Pedrógão"

A situação piorou, tal como em Góis, Coimbra, um fogo que apareceu "de forma fulminante" e "explosiva", que se estava a propagar "de forma muito rápida". Na altura, pelo menos quatro aldeias tiveram de ser evacuadas, bem como um lar de idosos.

Não havia visibilidade suficiente para os meios aéreos operarem, pelo que foram desviados para Pedrógão Grande, como indicou o comandante e reforçou a ministra Constança Urbano de Sousa.

Estão a ser reforçados, de forma significativa, meios terrestres possíveis. Infelizmente meios aéreos que tinham sido direcionados para Góis, não têm teto para atuar, e foram direcionados para aqui".

 

AO MINUTO: todos os desenvolvimentos sobre os incêndios

No concelho de Pedrógão Grande, "80% ou mais" do perímetro está em ações de rescaldo. O problema é que estão a ocorrer diversas reativações, realçava já esta manhã o comandante da Proteção Civil. 

"Vão continuar, porque condições meteorológicas são adversas. O teatro de operações foi reforçado com meios aéreos", explicou.

"Sigam, sem hesitação, os pedidos das autoridades"

Vítor Vaz Pinto elogiou a atuação "muito eficiente" da GNR, que tem ajudado "preventivamente" a resolver algumas situações necessárias. Em Ousenda, por exemplo, "por precaução já retirámos pessoas das suas casas, a situação está perfeitamente controlada".

Está a ser difícil convencer as pessoas idosas a deixarem as suas casas para trás e bens de uma vida inteira. A ministra da Administração Interna pediu por tudo para que obedeçam às autoridades.

Quero deixar este pedido veemente para que as pessoas sigam, se hesitação, os pedidos das autoridades e dos bombeiros. Eles sabem o que estão a fazer".

Constança Urbano de Sousa sublinhou ainda que há contactos com Marrocos para disponibilizar os meios aéreos possíveis.

Às 14:30 estavam no teatro de operações de Pedrógão Grande, 1.202 operacionais, apoiados por 404 viaturas, aos quais foram reafetados nove aviões Canadair, visto a sua impossibilidade de operar em Góis.

Ao todo, estão a operar em Pedrógão Grande 17 aviões e quatro helicópteros.

Há corpos já em condições de serem entregues às famílias

Sobre as vítimas mortais, a ministra confirmou que já estão identificadas 32 pessoas, das quais 12 em condições de serem entregues às famílias.

As restantes não é possível identificar sem recurso a técnicas forenses mais complicadas como comparação de ADN (…). Precisam de métodos de identificação mais completos, pelo grau carbonização ou outras circunstancias", frisou.

 

 

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