Quase três meses depois, a terra continua a arder em Castelo de Paiva - TVI

Quase três meses depois, a terra continua a arder em Castelo de Paiva

  • SS - atualizada às 13:43
  • 12 jan 2018, 11:28

Segundo relatos da população, confirmados à Lusa pelo presidente da Câmara de Castelo de Paiva e pelo presidente da Junta de Freguesia de Pedorido, pode observar-se a combustão de resíduos de carvão desde 25 de outubro, que terá sido despoletada pelo grande incêndio que lavrou no concelho naquele dia. Ministro do Ambiente garantiu estar a acompanhar “muito de perto” a situação

Técnicos da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), à qual compete a monitorização das áreas mineiras degradadas, deslocam-se ainda esta sexta-feira a Castelo de Paiva para avaliar a combustão de resíduos de carvão nas antigas minas do Pejão desde outubro.

Segundo um esclarecimento enviado à agência Lusa pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), a deslocação ocorre para "dissipar a hipótese da existência de impactos numa escala de âmbito local, envolvente das minas do Pejão”.

A CCDR-N assinala que a EDM é responsável pela "caracterização e recuperação ambiental das áreas mineiras degradadas e sua monitorização, no âmbito do contrato de concessão atribuído pelo Estado português.

O esclarecimento enviado por aquele organismo desconcentrado do Estado ocorre depois de, na quarta-feira, a Lusa ter pedido informação à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre a situação que se verifica com os resíduos das antigas minas do Pejão, em Pedorido, Castelo de Paiva, distrito de Aveiro.

No local, segundo relatos da população, confirmados à Lusa pelo presidente da Câmara de Castelo de Paiva e pelo presidente da Junta de Freguesia de Pedorido, pode observar-se a combustão de resíduos de carvão, desde 25 de outubro, que terá sido despoletada pelo grande incêndio que lavrou no concelho naquele dia. A combustão é subterrânea, mas os gases expelidos para a atmosfera são visíveis e têm um cheiro intenso a enxofre.

Os autarcas exigem uma solução técnica rápida e eficaz para o problema, depois de as tentativas dos bombeiros para extinguir a combustão, com a utilização de grandes quantidades de água, não terem resultado.

Confrontada com a situação, nomeadamente se tem riscos para a saúde da população mais próxima, situada a cerca de 300 metros, a APA remeteu os esclarecimentos para a CCDR-N.

Além da informação de que os técnicos da EDM estarão hoje no local a avaliar a situação, a CCDRN indicou, numa posição escrita, que os dados sobre poluentes atmosféricos da estação de medição mais próxima das antigas minas do Pejão, situada a Paços de Ferreira, "não se verificaram em 2017 excedências aos valores limites dos poluentes nela monitorizados: partículas (PM10), dióxido de azoto (NO2) e ozono (O3)".

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, garantiu estar a acompanhar “muito de perto” a situação. Em declarações aos jornalistas em Tondela, o governante disse que, esta sexta-feira à tarde, a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), que é responsável pela monitorização das áreas mineiras degradadas, se deslocará ao local e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) “está mais do que alerta para prestar todo o apoio àquilo que vier a ser necessário”.

A existência de fumo não significa existência de poluição”, frisou João Pedro Matos Fernandes, acrescentando que “a rede que mede a qualidade do ar não nota qualquer alteração”.

O ministro fez uma suposição, admitindo que esta pode, no entanto, não se verificar: “o fumo existe sobretudo quando existe chuva e, por isso, pode ser simplesmente vapor de água”.

“Seja como for, estamos a acompanhar a situação muito de perto”, garantiu.

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