Sara foi 11 vezes ao hospital, mas médicos não diagnosticaram tumor cerebral - TVI

Sara foi 11 vezes ao hospital, mas médicos não diagnosticaram tumor cerebral

Jovem de 19 anos acabou por morrer. Família quer ser indemnizada pelo hospital de Penafiel

A família de uma jovem que morreu com um tumor cerebral alegadamente não diagnosticado nas onze vezes que se terá deslocado à urgência do Hospital Padre Américo, Penafiel, recorreu ao tribunal administrativo para reclamar uma indemnização à unidade hospitalar.

Em declarações à Lusa, a advogada da família, Filomena Pereira, não quis especificar o montante da indemnização por, em simultâneo, estar a decorrer um inquérito-crime alusivo ao caso no Ministério Público junto da Comarca de Porto-Este.

Segundo Filomena Pereira, a ação para reclamar a indemnização deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel em a 26 de abril, estando agora a correr os seus trâmites.

A agência Lusa solicitou esclarecimentos sobre este caso ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, mas até ao momento não obteve resposta.

O caso, revelado pelo JN, refere que, durante três anos, uma jovem, de Recarei, Paredes, deu entrada 11 vezes no serviço de urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, e que “em todas as ocasiões, os médicos apresentaram o mesmo diagnóstico: estado de ansiedade”.

Sara Moreira, 19 anos, acabou por morrer, dois dias depois da última passagem pelo hospital. A autópsia revelou um tumor com 1,670 quilogramas alojado na cabeça.

Apesar de a rapariga vomitar, ter perdas de consciência e não controlar a urina, nunca a submeteram a uma tomografia axial computorizada (TAC) ou ressonância magnética”, acrescenta o JN.

Os pais de Sara Moreira alegam que houve negligência médica, numa ação administrativa para efetivação de responsabilidade civil extracontratual contra o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), ao qual pertence o Hospital Padre Américo.

No processo, os pais da jovem defendem que o diagnóstico da neoplasia ficou comprometido porque o hospital nunca submeteu a rapariga a uma tomografia axial computorizada (TAC) ou a uma ressonância magnética.

“Uma TAC permitiria o diagnóstico correto, atempado, praticamente sem qualquer margem de incerteza”, argumentam, os advogados, considerando ainda que “os médicos não atuaram com a diligência que lhes era imposta, agindo deste modo com culpa”.

No processo lê-se ainda que “os errados diagnósticos, a não utilização de meios complementares de diagnóstico em imagiologia e a omissão de tratamento adequados são de considerar causas do dano sofrido, a morte, pois que a evolução da neoplasia podia ter sido evitada com o tratamento adequado”, segundo cita a Lusa.

O ministro da Saúde informou que já pediu à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde uma investigação ao caso.

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