Covid-19 Consultório: Porque é que devemos continuar a trabalhar apesar do estado de emergência? - TVI

Covid-19 Consultório: Porque é que devemos continuar a trabalhar apesar do estado de emergência?

"A minha fábrica não fechou. Devo continuar a ir trabalhar?"

A desinfeção das ruas é eficaz? Devo ter cuidados com as compras que trago para casa? O estado de emergência permite a deslocação normal das pessoas? O programa Covid-19 Consultório responde a algumas das mais pertinentes questões sobre a pandemia

O programa Covid-19 consultório acompanha em detalhe a progressão da pandemia de Covid-19 em Portugal, no dia em que o Presidente da República decretou o estado de emergência, entretanto aprovado pelo Parlamento.

O médico de saúde pública, Guilherme Duarte, analisou esta quarta-feira aquele que é o maior aumento de casos confirmados de Covid-19 em Portugal e afirma que os efeitos das medidas de proteção e contenção serão sentidos daqui a cinco dias.

Este é o maior aumento desde que começou a pandemia. Era um aumento expectável e que parece estar a seguir o mesmo grau de crescimento dos outros países da Europa”, esclarece o médico de saúde pública.

Sobre o tempo que vai demorar até que se sinta os efeitos do plano de contenção e de segurança em Portugal, o especialista admite que daqui a cinco dias poder-se-á ver mudanças no combate à pandemia de Covid-19.

 

Vários países da Europa adaptaram como prática a desinfeção das ruas. No entanto, Guilherme Duarte esclarece que esta medida apenas é eficaz quando o vírus circula na comunidade. 

É uma medida útil caso assumamos que existe transmissão completamente disseminada na sociedade. Não é útil quando existem várias cadeias de transmissão”, afirma, alertando que esta medida tem uma eficácia baixa porque porque em condições normais há poucas pessoas a tocarem no chão. 

 

E no que toca aos cuidados a ter com as compras que a população traz para casa? O médico esclarece que as medidas de segurança passam por utilizar um pano para desinfetar a superfície à volta dos produtos. 

Devemos também perceber se os produtos foram sujeitos a algum tipo de contaminação”, afirma. 

 

O advogado João Massano foi também convidado a esclarecer várias perguntas sobre os limites legais da declaração de estado de emergência.

O que nós temos, para já, ainda não é muito preciso no que toca às limitações de deslocação das pessoas e de circulação. No entanto, o que se depreende é que é possível as pessoas continuarem a circular desde que seja de forma justificada”, afirma João Masseno.

Mas quais os limites desta justificação? O advogado afirma que o desempenho de atividades profissionais, a prestação de cuidados de saúde, a assistência de terceiros e o abastecimento de bens e de serviços devem ser incluídos.

Sobre a possibilidade de visitar familiares noutro ponto do país, João Masseno afima que a única limitação imposta é no espaço geográfico de Ovar.

Em princípio, a circulação será possível, mas depende dos focos de infeção”, esclarece o advogado.

 

Duarte Lima, de 27 anos, interrogou ainda o advogado sobre em que condições se deve ir trabalhar. No caso do natural de Ponte de Lima, a sua fábrica não está fechada e não lhe dá a possibilidade de teletrabalho.

 

 

Uma das situações em que está justificada a circulação é para ir trabalhar. O país continua e a atividade económica tem de continuar. A menos que seja imposta outra restrição, deve continuar a ir trabalhar”, afirma o advogado.

 

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