Falta de peixe: as alternativas dos Chefs - TVI

Falta de peixe: as alternativas dos Chefs

Festival do Peixe em Lisboa, no Terreiro do Paço - Miguel A. Lopes para LUSA

Solução passa por retirar os pratos de peixe das ementas dos restaurantes

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Alguns chefs colocam a hipótese de retirar das ementas dos restaurantes os pratos de peixe, caso a paralisação marcada pelos armadores e pescadores, a começar sexta-feira, por tempo indeterminado, tenha adesão a cem por cento, escreve a agência Lusa.

«É um drama. Há duas semanas que estamos cientes que isto poderia acontecer e temos tentado arranjar alternativas. Não cozinhar peixe é uma das soluções», disse José Avillez, chef do restaurante lisboeta Tavares Rico.

A mesma solução é apontada pelo chef Vítor Sobral, do restaurante Terreiro do Paço, em Lisboa. «Quando não tenho produtos de qualidade para servir, não sirvo. Claro que se não houver peixe fresco será mau para o negócio, já que os pratos de peixe representam 75 por cento das vendas do restaurante».

«Ainda não sei bem como seremos afectados pela greve, que é uma situação completamente nova. Os nossos fornecedores terão de comprar peixes noutras proveniências, ou não serviremos o produto aos clientes», acrescentou Vítor Sobral.

José Avillez pondera retirar da carta os três pratos de peixe que há no Tavares, além dos de bacalhau, «e ir trabalhando dia-a-dia com o que se consiga arranjar». Ou seja, ir criando pratos do dia. O chef mantém o optimismo e acredita que será possível arranjar peixe, já que acredita que «a greve não será a 100 por cento».

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Aquele que é conhecido como o primeiro «sushi-man» português, Paulo Morais, está a pensar recorrer a peixes de aquacultura, «de grande qualidade». «Não posso usar peixe congelado, ou que não seja fresco. E como estou a contar não ter peixe, já estou a pensar em alternativas», disse à Lusa o chef do QB Essence, em Oeiras, e consultor do restaurante Gosho, no Porto.

Paulo Morais está preocupado com a especulação, «que vai começar a estragar o negócio do peixe». «O peixe que recebi hoje já foi mais caro. A especulação já começou ainda antes de acontecer alguma coisa».

Já José Avillez acredita que «não haverá especulação», mas que, caso aconteça, o restaurante onde trabalha irá suportar os custos, e «não passá-los para o cliente».
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