"Excecionalmente" autorizado um só vigilante no exame de inglês - TVI

"Excecionalmente" autorizado um só vigilante no exame de inglês

(REUTERS)

Escolas ficaram surpreendidas com autorização para apenas um vigilante no teste de inglês, pouco tempo antes do exame. Fenprof considerou um "mau princípio". 111.000 alunos chamados a exame

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As escolas receberam esta quarta-feira instruções autorizando apenas um vigilante por sala para o teste de inglês do Instituto Cambridge, pouco antes de os alunos entrarem nas salas, de acordo com documento a que a Lusa teve acesso.

“Excecionalmente e apenas em caso de necessidade, as vigilâncias podem ser asseguradas por um docente por sala, desde que haja, em média, um vigilante suplente a acompanhar cada quatro salas de teste”, lê-se numa comunicação enviada às escolas, por correio eletrónico, pelo secretariado da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE ).


Na mesma informação acrescenta-se que as escolas que “tiverem de optar” por esta solução devem “preencher o registo de ocorrências” e envia-lo digitalizado até ao final da tarde desta quarta-feira.

Contactados pela agência Lusa, os representantes dos diretores escolares afirmaram-se surpreendidos com a orientação, recebida pelas 13:30, sublinhando normalmente, nestas situações, são necessários dois professores por sala para fazer a vigilância.

“Estranhamos essa informação porque chegou um quarto de hora antes de os alunos entrarem para a sala e em todas as situações de exames são necessários dois professores vigilantes na sala”, disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira.


Para o dirigente escolar, trata-se de “um desrespeito pelo trabalho de rigor” que as escolas desenvolvem e que tentam transmitir aos alunos.

“É um mau princípio, esta sim é uma situação anormal”, disse o professor quando questionado sobre a forma como estava hoje a decorrer o teste, sob um pré-aviso de greve emitido por várias organizações sindicais, entre as quais a Federação Nacional dos Professores (FENPROF).


“As escolas têm todo o cuidado e são rigorosas neste trabalho e depois chega isto”, lamentou, referindo-se à nota transmitida pela tutela, acrescentando que esta é a única situação anómala registada até ao momento.

Também o dirigente da Associação Nacional da Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) Filinto Lima ficou surpreendido: “Admito este tipo de mail em situação de greve, mas não devia acontecer, as escolas convocaram os professores que entenderam que deviam convocar. Isto não é normal, fazer greve é normal”.

De acordo com os diretores, a prova está a decorrer em todo o país, independentemente da greve, mas tanto os alunos como os pais, parecem não ter valorizado muito tanto o teste, que não conta para a nota final, como o certificado, a pedir pelos interessados, mediante pagamento, excluindo os beneficiários do escalão mais elevado do apoio social escolar.

“Está a correr bem, em 44 professores que convoquei, só dois é que faltaram”, contou Filinto Lima, acrescentando que dos contactos que fez para outras escolas, nomeadamente em Lisboa e no Algarve, a informação recebida foi que prova decorreu normalmente: “Houve um caso no Porto em que faltaram 12 professores, mas havia outros convocados”, reporta a Lusa.

“Alguns diretores, como se previa a greve, convocaram mais professores do que seria necessário”, declarou Filinto Lima.

No agrupamento que dirige, em Gaia, só três alunos, num total de 135 é que pediram o certificado do teste desenvolvido pela Universidade de Cambridge.

O dirigente alertou ainda a tutela para se “apressar” em relação à certificação dos professores que vão corrigir o teste, embora o processo tenha já abrangido a maioria dos docentes que realizarão esse trabalho.

Cerca de 111.000 alunos do ensino público e privado realizaram esta quarta-feira à tarde a prova escrita do “Preliminary English Test” (PET), obrigatória para os estudantes do 9.º ano. 
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