«Entrevista é uma mentira pegada» - TVI

«Entrevista é uma mentira pegada»

Arma (Foto de arquivo)

Família do segurança assassinado chocada com declarações de «Pidá». «O assassino do meu irmão está a 500 metros da nossa casa e ninguém faz nada». Mãe e mulher de Pidá garantem que «ele não matou ninguém» e que meteu baixa por ter sido ameaçado. Testemunhas garantem que o viram disparar.

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A família de Ilídio Correia, o segurança de Miragaia, morto a tiro na passada semana, mostrou-se chocada com a entrevista de Bruno Pidá, o homem que apontam como suspeito do crime. Benjamim Correia disse ao PortugalDiário, que a entrevista foi «uma mentira pegada». «Há cinco pessoas que o viram matar o meu irmão, que nem da família são, e que foram testemunhar à polícia. Agora, venho a saber que o assassino do meu irmão está a 500 metros da minha casa e ninguém faz nada?», questionou indignado. Benjamim recusa, para já, mais comentários, adiantando que esta sexta-feira terá uma reunião com a advogada, nomeadamente para saber em que ponto está a investigação. «Acho que a polícia está à espera que morram mais alguns, até lhes dá jeito».

O porta-voz da família Correia nega que os irmãos tenham intimidado Bruno Pidá e acusa o líder do gang da Ribeira de os ter tentado alvejar antes. «Há três meses ele disparou sobre mim e sobre o meu irmão na Praça do Cubo, na Ribeira. A polícia foi chamada, tem dezenas de testemunhas, e eu apresentei queixa por tentativa de homicídio. Há uma semana alvejou o carro do meu irmão Natalino e a bala passou-lhe de raspão. E depois disso, matou o meu irmão Ilídio». Benjamim conta que tudo começou com uma rixa com o irmão Natalino «sobre carros, uma coisa de nada».

Alguns vizinhos ouvidos pelo PortugalDiário confirmaram ter visto «Pidá» a efectuar os disparos, por volta das 4:15 de 29 de Novembro. As testemunhas asseguram que o carro que transportou os cinco alegados homicidas estava parado na Rua Nova da Alfândega, num plano mais elevado ao da vítima. Na sua versão, Pidá estava no passeio a disparar para baixo. Depois entrou no BMW escuro e acelerou em direcção à Foz do Douro. Ouviram-se então dois disparos para o ar. «Dizem que é a assinatura dele quando mata alguém», referem algumas testemunhas.

Mulher diz que Pidá «não matou ninguém»

A mãe e a mulher de Pidá garantem que o jovem está de baixa desde 23 de Novembro e não tem saído de casa, pelo que nada tem a ver com o assassinato de Miragaia.

Contactada pelo PortugalDiário, na sequência da entrevista de Bruno à «TVI», a família acedeu a falar, acrescentando que Bruno não quer prestar mais esclarecimentos públicos. Sublinham que este ainda não foi ouvido pela PJ, mas está disposto a fazê-lo logo que para isso seja convocado.

«O meu filho não matou ninguém. Trabalha há 12 anos na Charon (empresa de segurança) e há cinco faz segurança nos cinemas do Arrábida Shopping», garante Laura Pinto. Assegura ainda que o jovem estava a ser ameaçado até no local de trabalho e que, face à pressão, foi obrigado a pedir baixa médica por depressão. «Apareciam aos nove em cima dele no Shopping», assegura.

A mulher do suspeito, Maria Santos, conta a mesma versão que o marido e garante que Bruno «não matou ninguém», mas confirma que «há três meses, deu dois socos num irmão» da vítima que, por seu lado, «o atirou do muro, em Miragaia», com uma altura de seis metros. «Queria extorquir dinheiro a um amigo do meu homem e ele foi lá defendê-lo», conta.

Confrontos à luz do dia

De acordo com a mãe de Pidá, na passada segunda-feira, por volta do meio-dia, um irmão da vítima ameaçou-a com uma arma em plena Praça da República, perto do local onde trabalha. «Cuspiu-me na cara e apontou-me uma arma», conta a senhora, acrescentando que, nessa sequência, «o irmão do rapaz que morreu foi detido e levado para a esquadra».

Benjamim Correia nega esta versão. «O meu irmão não tinha nenhuma arma, a polícia viu. Ela é que tentou agredi-lo e à minha mãe com ácido sulfúrico e acabou por lhe cair ácido em cima do pé».

Fonte policial referiu ao PortugalDiário que a mãe de Bruno Pidá apresentou, efectivamente, uma queixa-crime, mas negou que o irmão da vítima tivesse armas. «Os ânimos no local estavam muito exaltados e o senhor quis vir connosco até à esquadra. Procedemos à revista e não lhe foi encontrada qualquer arma».
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