Fernando Negrão quer maior controlo de armas

O antigo director nacional da Polícia Judiciária Fernando Negrão defendeu esta terça-feira que «são precisas medidas efectivas de fiscalização do mercado das armas clandestinas em Portugal».

O actual deputado social-democrata, que falou à agência Lusa a propósito da onda de criminalidade grave registada nos últimos dias na Grande Lisboa e Porto, considerou que se vive «um momento particularmente estranho no que diz respeito às políticas para a segurança».

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Fernando Negrão, que foi também juiz durante vários anos, afirmou concordar com a lei que restringe o acesso e o uso de armas de fogo e defendeu como urgente e necessário «um sistema de fiscalização muito melhor».

Na opinião do deputado, «há uma desmotivação» nas forças de segurança públicas, também por «falta de efectivos e de investimento», o que «cria alguma cultura para a facilidade de praticar crimes».

«Não tem havido políticas de motivação dos agentes de segurança em Portugal, antes pelo contrário, o que vem acontecendo é a existência de políticas de desmotivação dos elementos das forças de segurança», acusou.

Para Fernando Negrão, «a melhor medida preventiva que a PJ pode ter para pôr cobro a esta situação [de insegurança] é funcionar regularmente, sem problemas de pagamentos de horas extraordinárias e sem qualquer outro tipo de problemas burocráticos».

«Esta é a melhor forma de a Judiciária prevenir e reprimir os crimes que vão acontecendo nos grandes centros urbanos», argumentou.

Quanto aos novos fenómenos criminais como o carjacking (roubo de viaturas na presença do proprietário, normalmente com recurso a armas), considerou que é «fundamental a formação nas forças de segurança».