Vila Real: 12 detidos, um deles militar, por posse de armas de guerra - TVI

Vila Real: 12 detidos, um deles militar, por posse de armas de guerra

  • Redação
  • CM / VF (atualizada às 17:22)
  • 6 abr 2016, 10:31

Operação permitiu a apreensão de 5.058 munições de diversos calibres, 22 armas curtas, 9 armas longas, 6 armas elétricas, 9 aerossóis, 12 armas brancas, 8 granadas, 3 sabres baioneta, cerca de 1.000 artigos considerados material de guerra e fardamento militar e ainda centenas de peças de armas de fogo

A Polícia Judiciária deteve, em Vila Real, 12 homens, um deles militar, por posse de armas de guerra, sabe a TVI.

Estas 12 pessoas estão "fortemente indiciadas pela prática de crimes de associação criminosa e tráfico e mediação de armas no norte do País", segundo a PJ, em comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Os detidos têm idades entre os 30 e os 71 anos.

"A Polícia Judiciária, através da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, em conjunto com a Diretoria do Norte, realizou uma importante operação policial em várias localidades do norte do País, no âmbito da qual foram realizadas vinte buscas domiciliárias e detidos doze homens, com idades compreendidas entre os 30 e os 71 anos, suspeitos da autoria dos crimes de associação criminosa e tráfico e mediação de armas", explica a PJ.

A operação permitiu a apreensão de 5.058 munições de diversos calibres, 22 armas curtas, 9 armas longas, 6 armas elétricas, 9 aerossóis, 12 armas brancas, 8 granadas, 3 sabres baioneta, cerca de 1.000 artigos considerados material de guerra e fardamento militar e ainda centenas de peças de armas de fogo (carregadores, carcaças, coronhas, platinas, corrediças, canos, etc.).

Os detidos irão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.

A Policia Judiciária contou nesta operação com a colaboração da Polícia Judiciária Militar, da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana.

Duro golpe no mercado negro de armas no Norte do país

A Polícia Judiciária deu um duro golpe no “mercado negro de armas”, ao deter 12 suspeitos que atuavam na zona Norte do país e ao apreender um “arsenal” de armas que deu para encher dois camiões.

Entre 12 suspeitos, dos 30 aos 71 anos, o destaque vai para um militar do Exército, mas, entre os detidos, encontram-se ainda empresários, comerciantes ou operários da construção civil.

O porta-voz do Exército confirmou que um sargento-chefe, de 54 anos, a prestar serviço no Regimento de Paraquedistas de Tancos, se encontra entre os detidos pela Polícia Judiciária (PJ) nesta operação de combate ao tráfico de armas. 

Esta rede, que atuava por toda a região Norte, é fortemente suspeita da prática dos crimes de associação criminosa e tráfico e mediação de armas.

“Trata-se de uma montra do mercado negro de armas existente e o objetivo desta investigação é reduzir, senão mesmo eliminar, o tráfico de armas e o mercado negro de armas que tem consequências enormes a jusante, nomeadamente permitir a prática de crimes comuns ou mesmo a expansão do crime organizado, que é uma preocupação central da PJ”, afirmou aos jornalistas o inspetor chefe da PJ de Vila Real, António Torgano.

Entre o armamento apreendido, algum dele enterrado para dificultar a sua localização, estão milhares de munições e dezenas de armas, bem como material de guerra.

António Torgano salientou que a quantidade de material apreendido encheu dois camiões, que já foram entregues à Polícia Judiciária Militar.

O responsável referiu que a investigação já decorria “há vários meses” e a origem, apesar de “não poder dar pormenores”, esteve na apreensão de armas no âmbito de outros crimes.

“Nesta área, ocorrem muitos homicídios e muitos deles são praticados com estas armas e é por força desse conhecimento e da recolha desse tipo de informação que este tipo de investigações surge”, frisou.

Ou seja, “a origem deste tipo de investigações do tráfico de armas tem a ver com a criminalidade comum, onde se apreendem armas de diversos tipos e, depois, após o apuramento da sua origem, é iniciada a investigação por tráfico de armas.

António Torgano salientou que o “interior transmontano era também destino para estas armas”.

 

Continue a ler esta notícia